Congresso trava MP de impostos; taxação de apostas vira impasse

Congresso resiste a ampliar taxação de apostas esportivas, travando compensações para MP de impostos. Entenda o impasse e as consequências para o orçamento.
taxação de apostas esportivas — foto ilustrativa taxação de apostas esportivas — foto ilustrativa

A resistência do Congresso Nacional em retomar o aumento da taxação das apostas esportivas (bets) se tornou o principal obstáculo nas negociações para compensar a derrubada da medida provisória (MP) que visava aumentar impostos. O Governo Lula defende a elevação da cobrança sobre as casas de apostas, mas o Legislativo sinaliza forte oposição, dificultando um acordo.

Um líder do governo destacou que a taxação das bets é um dos maiores entraves, com defensores do setor de apostas espalhados por diversos partidos, incluindo o centrão, PL e outros. A falta de um ajuste fiscal pode impactar o Orçamento, com estimativas apontando para um bloqueio de R$ 35 bilhões no Orçamento de 2026, além de um corte de R$ 7,1 bilhões em emendas parlamentares se as medidas não forem compensadas.

Proposta de Aumento na Taxação de Apostas

A MP original propunha elevar a alíquota sobre o faturamento bruto das casas de apostas de 12% para 18%, com a expectativa de arrecadar R$ 1,7 bilhão extra em 2026. No entanto, o texto foi rejeitado pela Câmara dos Deputados antes mesmo de ir a votação.

Prédio do Congresso Nacional em Brasília.
Congresso Nacional enfrenta dificuldades para aprovar novas medidas fiscais.

Cedências e Resistências na MP

Inicialmente, a equipe econômica cedeu à pressão do agronegócio e abriu mão da tributação de títulos isentos como LCAs e LCIs, que previa arrecadar R$ 2,6 bilhões. Posteriormente, o relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), desistiu de aumentar a taxação das bets em seu parecer, em uma tentativa de salvar o restante da proposta.

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou a Defesa da chamada tributação BBB (bancos, bets e bilionários), criticando a desinformação sobre o tema e buscando alternativas para recompor a receita.

Alternativas para Compensação Fiscal

O governo considera que o espaço político é maior para retomar medidas de contenção de despesas, que podem gerar uma economia de R$ 15 bilhões. Entre elas, estão o aperto nas regras do seguro-defeso, o limite na concessão de auxílio-doença e a inclusão do Pé-de-Meia no piso constitucional da educação.

No lado das receitas, o governo ainda avalia a possibilidade de negociar o aumento da tributação sobre fintechs e Juros sobre Capital Próprio (JCP), além de regras mais rígidas de compensação tributária, com um potencial de arrecadação de R$ 16,6 bilhões.

Fachada do Ministério da Fazenda.
Ministério da Fazenda busca alternativas para fechar o orçamento.

Fonte: Folha de S.Paulo

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