Banco Master: Quatro Gigantes Disputam a Compra do Will Bank

Quatro interessados, incluindo fundos de private equity e o BRB, disputam a compra do Will Bank, banco digital do Banco Master, em meio a investigações.
venda Will Bank Banco Master — foto ilustrativa venda Will Bank Banco Master — foto ilustrativa

Em um momento delicado para o Banco Master, a venda de seus ativos tem atraído atenção significativa do Mercado. Quatro grupos de investidores demonstraram interesse na aquisição do Will Bank, banco digital que conta com aproximadamente 9 milhões de clientes, especialmente nas classes C e D e com forte presença no Nordeste. A instituição, criada em 2017 e controlada pelo banqueiro Daniel Vorcaro, fechou o primeiro semestre com R$ 14,4 bilhões em ativos, mas registrou um prejuízo de R$ 244,7 milhões e um patrimônio líquido de cerca de R$ 300 milhões, segundo dados do Banco Central.

Conversa com Fundos e Apresentador

Entre os interessados, dois fundos de private equity – um nacional e outro Internacional – estão em conversas preliminares com o Banco Master para avaliar a viabilidade de uma potencial compra. Adicionalmente, um grupo que inclui um apresentador de televisão também manifestou interesse, conforme indicam fontes próximas às negociações.

BRB Formaliza Interesse, Mas Enfrenta Obstáculos

O BRB (Banco de Brasília), que teve sua oferta de R$ 23 bilhões em ativos do Master rejeitada pelo Banco Central em setembro, já formalizou seu interesse na aquisição do Will Bank. Contudo, paira a dúvida sobre a aprovação de uma nova transação envolvendo o banco estatal. O BRB também considera a possibilidade de formar parcerias com grupos que possuem interesse, mas carecem de expertise no setor bancário.

Banco Master: Processo de venda de ativos do Will Bank atrai quatro interessados
Procura por ativos do Banco Master, como o Will Bank, intensifica-se em meio a investigações.

FGC e o Passivo de CDBs

As negociações ocorrem após o vencimento, em 1º de outubro, de uma linha emergencial de liquidez de cerca de R$ 4,5 bilhões, concedida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O FGC tem um interesse direto na venda do Will Bank, dado que o banco digital possui aproximadamente R$ 7 bilhões em CDBs (Certificados de Depósito Bancário). Uma venda bem-sucedida reduziria o passivo que o fundo teria de honrar em caso de quebra da instituição. O FGC cobre depósitos de até R$ 250 mil por investidor em situações de falência, liquidação ou intervenção.

Gestores do Banco Master têm tentado tranquilizar interlocutores do mercado financeiro, indicando que o prazo do FGC foi estendido até novembro e que as conversas com os órgãos reguladores estão avançando. O FGC, entretanto, não comentou oficialmente sobre as negociações, afirmando não comentar sobre instituições financeiras específicas.

Investigações e Reviravolta

O processo de venda de ativos por Daniel Vorcaro é interpretado como uma estratégia para ganhar tempo antes de uma ação mais contundente do Banco Central, que poderia incluir a decretação de liquidação do Master. Vorcaro pode ser impedido pelo BC de comandar futuras instituições financeiras. O banco e seus gestores estão sob investigação do Ministério Público Federal por indícios de crime contra o sistema financeiro. A Polícia Federal instaurou um inquérito sobre o Master, com base em informações repassadas pelo BC, que avança em sigilo.

No mercado financeiro, a ofensiva de venda de ativos tem sido apelidada de “saldão” de Vorcaro, mobilizando grandes escritórios de advocacia. O escritório Machado Meyer, por exemplo, indicou que atuará para empresas não financeiras interessadas na compra do Will Bank. Outros escritórios foram contratados para a venda de precatórios e imóveis de Vorcaro, incluindo um apartamento de luxo em São Paulo.

O controlador do Master também contratou Walfrido Warde, advogado especializado em litígios empresariais e sócio-fundador do Warde Advogados, para representá-lo no processo.

Fonte: Folha de S.Paulo

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