O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, foi preso por falso testemunho ao final de seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS na madrugada desta terça-feira (4). O pedido de Prisão partiu do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e foi acatado pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
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Segundo o relator, Abraão Lincoln Ferreira teria mentido sobre os motivos de sua saída da presidência da entidade, afirmando ter renunciado quando, na verdade, foi afastado do cargo. O parlamentar também apontou que o presidente da CBPA incorreu em falso testemunho ao inicialmente silenciar sobre o conhecimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e posteriormente admitir a relação.
Investigação da CBPA e Operação Sem Desconto
A CBPA figura entre as organizações investigadas pela Polícia Federal (PF) na Operação Sem Desconto. Esta operação apura a prática de descontos associativos considerados indevidos, aplicados sobre os benefícios de aposentados e pensionistas. A atuação da confederação tem sido alvo de escrutínio.
Irregularidades Financeiras e Entidade de Fachada
Um relatório divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que a confederação movimentou um montante de R$ 221,8 milhões entre fevereiro de 2023 e março de 2025, valores estes que foram classificados como irregulares. A Advocacia-Geral da União (AGU) classificou a CBPA como uma “entidade de fachada”, sob o argumento de que a estrutura da organização não condiz com o expressivo número de filiados registrados, levantando sérias dúvidas sobre sua legitimidade e operações.
Contexto da CPI e Próximos Passos
A prisão de Abraão Lincoln Ferreira ocorre em um momento crucial para a CPMI do INSS, que busca esclarecer as irregularidades em torno da gestão de benefícios e associações. O falso testemunho pode levar a um aprofundamento das investigações sobre as práticas da CBPA e o envolvimento de seus dirigentes. As autoridades buscam entender a extensão do esquema e identificar todos os responsáveis por possíveis fraudes contra aposentados e pescadores.
Fonte: Valor Econômico
