STF: Primeira Turma Condena 15 por Tentativa de Golpe e Julga Mais Acusados

STF condena 15 réus por tentativa de golpe de Estado. Primeira Turma julga núcleos cruciais e de desinformação. Mais processos previstos.
Tentativa de golpe de Estado — foto ilustrativa Tentativa de golpe de Estado — foto ilustrativa

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já proferiu condenações contra 15 réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022. O julgamento de outros 16 acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) deve ser concluído até dezembro.

Os condenados integram o que a PGR definiu como o núcleo crucial e o núcleo 4, este último focado na desinformação e em ações contra a democracia. Com exceção do delator Mauro Cid, as penas impostas variam entre 7 e 27 anos e três meses de reclusão.

Crimes e Penas por Atentado à Democracia

A maioria dos réus foi sentenciada por cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado o líder da organização, recebeu a pena mais elevada: 27 anos e três meses de Prisão, marcando a primeira vez que um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra a democracia.

O núcleo crucial, responsável pelo planejamento e articulação dos atos golpistas, incluiu, além de Bolsonaro, nomes como:

  • Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor da Abin)
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública)
  • Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens do presidente)
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
  • Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)

O núcleo da desinformação, condenado nesta terça-feira, desempenhou um papel essencial na articulação da tentativa de golpe, elaborando e disseminando informações falsas, além de atacar autoridades com o objetivo de provocar uma ruptura institucional. Deste grupo, foram condenados:

  • Ailton Moraes barros (ex-major do Exército)
  • Ângelo Denicoli (major da reserva do Exército)
  • Giancarlo Rodrigues (subtenente do Exército)
  • Guilherme Almeida (tenente-coronel do Exército)
  • Reginaldo Abreu (coronel do Exército)
  • Marcelo Bormevet (agente da Polícia Federal)
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)

Organização Criminosa e Ataques Institucionais

Por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF validou a atuação de uma organização criminosa que, segundo o entendimento da Corte, agiu para:

  • Minar a Confiança da sociedade nas urnas eletrônicas.
  • Pressionar militares para aderirem à ruptura institucional.
  • Utilizar a máquina pública contra adversários, com esquemas de espionagem ilegal e disseminação de dados falsos, além de ataques ao judiciário.
  • Traçar planos golpistas que previam a prisão e até a morte de autoridades.

Essas ações culminaram nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023.

Próximos Julgamentos no STF

O Supremo já agendou o julgamento de outros dois núcleos. O Núcleo 3 será analisado entre 11 e 19 de novembro, com acusações de atuação para a ruptura institucional, incluindo planos para monitorar e assassinar autoridades como o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Figuras como Bernardo Romão Correa Netto (coronel do Exército) e Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (general da reserva) estão entre os acusados.

Em dezembro, entre os dias 9 e 17, será a vez do núcleo 2, acusado de gerenciar as ações do grupo golpista. Neste grupo, figuram nomes como Fernando de Sousa Oliveira (delegado da Polícia Federal), Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor internacional da Presidência) e Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal).

Fonte: G1

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