Bolsas europeias caem com tensões EUA-China; Londres sobe

As principais bolsas de valores europeias encerraram o pregão desta terça-feira (14) em baixa, influenciadas pela deterioração do sentimento nos mercados americanos, impulsionada pela retomada das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos. A declaração do secretário americano do Tesouro, Scott Bessent, em Entrevista ao Financial Times, apontando que a China busca prejudicar a economia global com restrições à exportação de terras raras, intensificou a cautela.

O índice paneuropeu Stoxx 600 fechou com recuo de 0,39%, aos 564,43 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,62%, terminando o dia em 24.236,94 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, cedeu 0,18%, a 7.919,62 pontos. Em contrapartida, o índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, apresentou uma leve alta de 0,10%, alcançando 9.452,77 pontos.

Destaques Corporativos e Setoriais

Entre os destaques corporativos, as ações da fabricante de pneus Michelin despencaram 8,93%, após a empresa revisar para baixo suas projeções de lucros. O setor de Defesa também continuou a registrar perdas, em um movimento ligado ao avanço em direção a um cessar-fogo em Gaza.

Cenário Macroeconômico na Europa

No âmbito macroeconômico, a Alemanha registrou uma inflação de 2,4% em setembro, em termos anuais, um aumento em relação aos 2,2% de agosto, segundo o índice de preços ao consumidor (CPI). A Confiança do consumidor alemão, medida pelo índice Zew, apresentou uma melhora, atingindo 39,3 pontos em outubro. Contudo, esse resultado ficou abaixo da expectativa média dos analistas, que era de 42,6 pontos, mesmo com o avanço de 2 pontos em relação ao mês anterior.

Política Monetária do BCE

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sinalizou que não é possível declarar o fim do ciclo de cortes nas taxas de juros na zona do euro. Em Entrevista à CNBC, ela declarou: “Eu nunca diria isso, porque acho que o trabalho de um membro do banco central nunca termina.” Lagarde reforçou a posição do BCE, afirmando: “Estamos bem posicionados para responder, caso seja necessário. Embora estejamos em uma boa posição, coisas podem acontecer.” Esta declaração sugere que o BCE mantém flexibilidade para ajustar sua política monetária conforme a evolução das condições econômicas.

Fonte: Valor Econômico