PF investiga fraudes no INSS com buscas em sindicato ligado a irmão de Lula

PF abre nova fase da Operação Sem Desconto contra fraudes no INSS. Buscas em sindicato ligado a irmão de Lula e outras entidades. Entenda o caso.
fraudes no INSS — foto ilustrativa fraudes no INSS — foto ilustrativa

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (9) mais uma fase da Operação Sem Desconto, voltada a investigar fraudes em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A ação, autorizada pelo ministro André Mendonça do Supremo Tribunal Federal (STF), cumpre 66 mandados de busca e apreensão em diversos estados.

Os mandados estão distribuídos em São Paulo (45), Sergipe (12), Amazonas (1), Rio Grande do Norte (1), Santa Catarina (2), Pernambuco (2), Bahia (2) e no Distrito Federal (1). Um dos alvos de busca é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), em São Paulo. A entidade possui ligações com José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula. A PF também realizou buscas na residência de Milton Baptista de Souza Filho, diretor do Sindnapi.

Operação Sem Desconto foca em sindicatos e associações

Em nota, os representantes do Sindnapi repudiaram veementemente quaisquer alegações de delitos em sua administração ou descontos indevidos a associados. A entidade afirmou que comprovará a lisura e legalidade de suas ações, sempre em benefício de seus membros.

Milton Baptista de Souza Filho tem depoimento agendado na CPI do INSS, a pedido do senador Rogerio Marinho (PL-RN). O ministro Flávio Dino, do STF, concedeu habeas corpus ao sindicalista, permitindo que ele permaneça em silêncio durante a sessão.

Outra entidade sob investigação é a Amar Brasil, que teria recebido aproximadamente R$ 300 milhões provenientes dos descontos. O presidente da associação, Américo Monte, também foi convocado para depor. A Amar Brasil ainda não se pronunciou sobre as acusações.

Esquema de fraudes no INSS

A nova fase da Operação Sem Desconto mira especificamente associações e sindicatos que estariam envolvidos em descontos irregulares nos contracheques de aposentados. A PF suspeita que essas entidades foram utilizadas como fachada para operar o esquema por meio do uso ilegal de dados de segurados, sem o consentimento destes.

O objetivo das buscas é aprofundar as investigações sobre crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A investigação aponta para uma pulverização de grande parte do dinheiro desviado, indicando manobras de ocultação e dilapidação patrimonial.

A primeira fase da Operação Sem Desconto foi deflagrada em abril, quando a PF iniciou as apurações sobre o esquema de descontos irregulares. Entre os alvos iniciais estão Antônio Carlos Camilo, conhecido como “careca do INSS” e apontado como lobista do esquema, e o empresário Maurício Camisotti, além de ex-servidores do INSS.

Fonte: Estadão

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