Relator quer resgatar medidas fiscais da MP do IOF em projeto sobre metanol

Relator de projeto sobre falsificação de bebidas propõe incluir medidas fiscais da MP do IOF, que caducou. Saiba quais dispositivos podem ser resgatados.
MP alternativa do IOF — foto ilustrativa MP alternativa do IOF — foto ilustrativa

O deputado Kiko Celeguim (PT-SP), relator do projeto que visa tornar crime hediondo a falsificação de bebidas, planeja integrar dispositivos da medida provisória (MP) alternativa ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ao texto em tramitação. A MP, que tratava de aumento de taxação sobre bets e fintechs, além de controle de despesas obrigatórias, caducou no início do mês e era crucial para o Governo fechar as contas de 2024 e 2025.

Celeguim propõe a recuperação de quatro dispositivos que, juntos, representavam um impacto positivo de R$ 10,7 bilhões nas contas públicas. Essas medidas incluem a inclusão do programa Pé-de-Meia no piso constitucional da educação, a limitação do seguro-defeso ao valor previsto na Lei Orçamentária Anual, a redução do prazo de concessão do auxílio-doença por análise documental (Atestmed) e a limitação da compensação financeira (Comprev) entre o INSS e regimes próprios de previdência de estados e municípios.

Recuperação de Medidas Fiscais

Originalmente elaboradas pela equipe econômica como parte da estratégia de contenção de despesas e aumento de eficiência orçamentária, essas medidas eram consensuais. Com o fim da validade da MP, o governo busca veículos legislativos para reinseri-las no arcabouço fiscal.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou a possibilidade de votação do texto na próxima semana, o que poderia agilizar o processo.

Projeto do Metanol como Atalho Legislativo

A iniciativa de Celeguim surge em meio à incerteza sobre qual projeto será o principal para o novo pacote de compensação fiscal. O projeto sobre tributação de combustíveis e bebidas adulteradas (metanol) está sendo considerado um atalho legislativo por já estar pautado e ter urgência aprovada. A inclusão desses trechos fiscais no projeto penal é vista como uma forma de retomar parte do conteúdo da MP caducada.

Resistências e Alternativas

A hipótese de mesclar dispositivos fiscais com endurecimento penal enfrenta resistência entre líderes da base aliada. Uma alternativa em estudo é o projeto que permite a atualização do valor declarado de imóveis no Imposto de Renda com uma alíquota menor. Essa proposta anteciparia receitas, mas ainda carece de definição sobre índices de correção e taxas aplicáveis. Ambos os projetos estão na pauta da próxima semana.

O governo também está definindo como apresentar outros pontos da MP, como a elevação do imposto sobre bets e fintechs. Parlamentares avaliam que a derrubada da MP teve mais caráter político do que técnico, e que fatiar o pacote em projetos mais simples pode facilitar o avanço de medidas de consenso e destravar o Orçamento de 2025.

Fonte: InfoMoney

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