A WEG (WEGE3) se prepara para divulgar seu balanço do terceiro trimestre de 2025, com analistas voltando suas atenções para o impacto do chamado ‘tarifaço’ imposto pelos Estados Unidos sobre bens exportados do Brasil. Os papéis da companhia já acumulam uma desvalorização de cerca de 30% nos últimos doze meses, sendo que 26% dessa queda ocorreu apenas em 2025, um desempenho que desafiou as previsões iniciais.
Após o balanço do segundo trimestre, o foco dos analistas, como destacado pela análise do Goldman Sachs, deslocou-se de expectativas de margem para a perspectiva de crescimento da Receita líquida. Informações sobre como a WEG pretende mitigar os efeitos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA são aguardadas com interesse, segundo o Goldman Sachs e a XP Research.
Análise da XP Research e o Cenário para a WEG
A XP Research estima que os resultados do 3T25 devem sinalizar uma desaceleração no crescimento da WEG, embora a rentabilidade deva permanecer em patamares saudáveis. Apesar disso, o sentimento geral do Mercado é de otimismo cauteloso, dada a percepção de que as expectativas pessimistas já podem estar precificadas nas ações. O cenário-base para os investidores, para a WEG, já consideraria os riscos atuais.
O ponto alto do balanço, segundo a análise, deverá ser a rentabilidade, impulsionada pela melhor sazonalidade, ajustes contínuos de preços e um mix de produtos favorável. A receita líquida, que ficou abaixo do esperado no segundo trimestre, motivou revisões para baixo nas estimativas de lucro, tanto pelo Goldman Sachs quanto pela XP.
O Goldman Sachs aponta que suas projeções atuais estão ligeiramente abaixo do consenso Bloomberg para receita líquida e lucro líquido em 2025/26. O banco projeta um crescimento mais moderado de cerca de 3% para a receita líquida em 2026, enquanto o consenso ainda espera aproximadamente 8% de crescimento ano a ano. Para o terceiro trimestre de 2025, as estimativas permanecem em linha com o consenso.
Impacto das Tarifas dos EUA e Recomendações
As tarifas impostas pelos EUA representam um ponto de atenção. Embora haja expectativas de impacto negativo na rentabilidade e um crescimento mais fraco da receita devido a uma demanda menos robusta, o efeito pode ser limitado. Segundo o Goldman Sachs, a WEG enviou uma quantidade significativa de produtos para os Estados Unidos antes da entrada em vigor das tarifas, o que pode oferecer proteção à rentabilidade no curto prazo. Contudo, o banco destaca a pouca visibilidade do impacto total das tarifas na operação da WEG, o que impede sua inclusão nas estimativas atuais.
A recomendação do Goldman Sachs para a WEG é de venda, mesmo considerando a forte queda recente das ações em relação ao Ibovespa. Os analistas argumentam que, apesar de as ações poderem parecer ‘baratas’, o espaço para reavaliação é limitado, especialmente diante do enfraquecimento do momentum. Fatores como a desaceleração do crescimento da receita líquida, o aumento da incerteza macroeconômica e o espaço limitado para o crescimento da divisão de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) no curto prazo também justificam essa recomendação.
O setor de transformadores nos EUA, onde a WEG tem forte atuação, enfrenta limitações de crescimento devido à capacidade estrita e preços considerados estáveis. Essa conjuntura, somada às tarifas, adiciona uma camada de complexidade à análise do futuro próximo da companhia.
Fonte: InfoMoney