A Berkshire Hathaway, conglomerado liderado pelo renomado investidor Warren Buffett, sinaliza em seu balanço trimestral divulgado no último sábado (1º) a possibilidade de novas vendas de ações da Apple. O documento aponta uma redução de US$ 1,22 bilhão no custo de aquisição de ações categorizadas como “produtos de consumo”, segmento majoritariamente composto pela participação da gigante de tecnologia.
A notícia, inicialmente veiculada pela emissora americana CNBC e confirmada pelo InfoMoney, sugere que Buffett pode ter aproveitado a expressiva alta de mais de 24% das ações da Apple no período para realizar lucros. Essa movimentação ocorre após cortes significativos realizados no ano anterior e no segundo trimestre de 2025.
Posição da Apple na Carteira da Berkshire
Apesar dos ajustes, a Apple manteve sua posição como o principal ativo acionário da Berkshire Hathaway ao final de junho. A participação contava com 280 milhões de ações, avaliadas em aproximadamente US$ 57 bilhões, chegando a representar mais da metade do portfólio de investimentos do conglomerado.
Buffett já havia mencionado que parte das vendas de ações da Apple estava relacionada a questões tributárias. No entanto, o volume das operações também gerou especulações sobre possíveis preocupações com o valuation da empresa e a necessidade de reequilibrar a carteira de investimentos.
Próximos Passos e Caixa da Berkshire
A confirmação detalhada sobre a atual participação acionária da Berkshire Hathaway na Apple só será possível com a divulgação do relatório 13F à SEC (comissão de valores mobiliários dos EUA) ainda neste mês, que discriminará as participações em 30 de setembro. Este documento é crucial para entender a estratégia de alocação de Buffett.
É notável que a Berkshire Hathaway tem registrado uma venda líquida de ações por 12 trimestres consecutivos, acumulando mais de US$ 6 bilhões em caixa apenas no terceiro trimestre. De acordo com o balanço, as reservas de caixa totais da Berkshire Hathaway alcançaram um novo Recorde de US$ 381,7 bilhões no período. O lucro operacional do conglomerado registrou um aumento de 34% entre julho e setembro.
O indicador de mercado preferido por Buffett, que compara o valor total das empresas americanas listadas com o PIB dos Estados Unidos, atingiu um patamar Recorde. Em análises anteriores, o próprio Buffett já havia alertado que um nível elevado dessa métrica representava um risco, comparando a situação a “brincar com fogo”. A análise da saúde financeira da Apple e suas implicações para a Warren Buffett e a Berkshire Hathaway continua sendo um ponto de atenção para investidores.
Fonte: InfoMoney
