Varejo do Brasil avança 0,2% em agosto, freando perdas e impulsionado por setores específicos

Vendas do varejo do Brasil sobem 0,2% em agosto, interrompendo série de perdas. Setores como informática e vestuário impulsionam resultado.
vendas varejo Brasil agosto — foto ilustrativa vendas varejo Brasil agosto — foto ilustrativa

As vendas do varejo brasileiro registraram um avanço de 0,2% em agosto em comparação com o mês anterior, interrompendo uma sequência de quatro meses de resultados negativos. O dado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica uma modesta recuperação em um cenário econômico ainda influenciado pela política monetária restritiva e um arrefecimento na atividade econômica.

Na comparação anual, as vendas do varejo cresceram 0,4% em agosto. As expectativas de Mercado, em pesquisa da Reuters, previam altas de 0,2% no mês e 0,3% na comparação anual, demonstrando que o desempenho ficou em linha com o esperado.

O setor varejista tem oscilado em margens estreitas ao longo do ano, com variações mensais geralmente abaixo de 1%. Esse comportamento reflete um equilíbrio delicado entre a taxa básica de juros elevada — a Selic se encontra atualmente em 15% —, que restringe o Acesso ao crédito e impacta o poder de compra dos consumidores, e um mercado de trabalho que tem se mostrado aquecido.

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Setores que impulsionaram o crescimento em agosto

Cinco das oito atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram resultados positivos em agosto. Destaque para o setor de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que registrou uma alta expressiva de 4,9%. Em seguida, vêm Tecidos, vestuário e calçados (1,0%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,7%), e os segmentos de Móveis e eletrodomésticos e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, ambos com alta de 0,4%.

O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, apontou que os produtos de informática tiveram forte influência da desvalorização do dólar em agosto, acumulando perda de 3,18% em relação ao real no mês. Essa queda da moeda estrangeira pode ter facilitado a importação e reduzido o custo de produtos eletrônicos.

Gráfico do Ibovespa em agosto, mostrando alta e recuperação.
Índice Ibovespa apresentou recuperação em agosto, sinalizando otimismo em parte do mercado financeiro.

Setores em declínio e o varejo ampliado

Em contrapartida, os setores de Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,1%), Combustíveis e lubrificantes (-0,6%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%) registraram quedas nas vendas em agosto.

No âmbito do comércio varejista ampliado, que abrange também os setores de Veículos, motos, partes e peças, Material de construção e Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas apresentou um crescimento de 0,9% em agosto na comparação com julho. Contudo, na base anual, este segmento registrou uma queda de 2,1%, indicando desafios persistentes em áreas que demandam maior investimento e dependem de crédito.

A persistência da taxa Selic elevada continua sendo um fator determinante para o desempenho do varejo, limitando o consumo de bens duráveis e impactando as vendas de veículos e materiais de construção. A análise dos dados do IBGE sugere que o consumidor brasileiro está cauteloso, priorizando gastos essenciais e adiando compras de maior valor, embora haja sinais de recuperação em nichos específicos.

Fonte: InfoMoney

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