Balneário Camboriú Expande Valorização Imobiliária para Cidades Vizinha

Valorização imobiliária de Balneário Camboriú impulsiona Balneário Piçarras e Penha. Descubra os novos polos de alto padrão em Santa Catarina.
Valorização imobiliária Balneário Camboriú — foto ilustrativa Valorização imobiliária Balneário Camboriú — foto ilustrativa

A notável valorização imobiliária de Balneário Camboriú (BC), em Santa Catarina, tem impulsionado o interesse de investidores e moradores para outras cidades do litoral catarinense. Com preços em BC que ultrapassam R$ 100 mil por metro quadrado em imóveis residenciais, incorporadoras e construtoras buscam novas oportunidades em municípios vizinhos, focando em empreendimentos de alto padrão com vista para o mar.

Esse fenômeno já ocorreu anteriormente na região, elevando os preços em cidades como Itajaí e Itapema. Agora, a tendência se estende a Balneário Piçarras e Penha. Enquanto em Balneário Camboriú os preços variam de R$ 60 mil a R$ 100 mil por metro quadrado, em Piçarras e Penha, os imóveis custam cerca de R$ 20 mil por metro quadrado ou menos, permitindo a compra de múltiplos imóveis com o mesmo capital investido em BC.

Penha se destaca por sua vocação turística, impulsionada pelo Beto Carrero World, o maior parque temático da América Latina, o que favorece imóveis para aluguel e multipropriedade. Balneário Piçarras, por sua vez, atrai pela tranquilidade praiana, embora próxima à agitação de Balneário Camboriú.

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No início deste ano, Balneário Piçarras figurou na quinta posição do ranking da Sienge, que aponta as cidades com maior demanda no mercado imobiliário de alto padrão, em Parceria com a CBIC.

“Balneário Piçarras vem se destacando pelo desempenho consistente do Mercado imobiliário de alto padrão, sustentado por três fatores principais: altos níveis de demanda direta, elevada atratividade de lançamentos — tanto novos quanto antigos — e baixa oferta de terceiros no mercado secundário”, detalha Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica do ecossistema Sienge.

Mercado Imobiliário em Balneário Piçarras

Especialistas observam que as cidades buscam replicar o sucesso de BC, aprendendo com os desafios enfrentados. Balneário Piçarras planeja a ampliação da faixa de areia e impõe restrições à altura e recuo de prédios beira-mar para evitar o sombreamento das praias.

Fernando Calvetti, doutor em planejamento urbano pela UDESC, ressalta a legislação de Piçarras, que controla o zoneamento com gabaritos máximos. O sombreamento é um problema recorrente na região litorânea voltada para o leste, impactando a ocupação das praias, especialmente à tarde.

“Em Piçarras, eles estão tentando tomar esse cuidado com o sombreamento, que é uma das Críticas mais comuns a Balneário Camboriú por não ter sol na praia. Isso é um aprendizado e a prefeitura viu que existe esse problema e está tentando tomar medidas para evitá-lo”, explica Calvetti.

A fim de acomodar o crescimento previsto de turistas e moradores impulsionado pelo mercado imobiliário, Balneário Piçarras já iniciou a ampliação de sua faixa de areia, que é estreita e limita o número de banhistas.

Renato Monteiro, CEO do Grupo Sort, atribui a valorização de Balneário Piçarras e Penha ao efeito cascata dos preços em Balneário Camboriú. “É um fenômeno imobiliário global. Quando há um boom em uma região, a periferia acaba se valorizando pelo efeito cascata dos preços. BC se consolidou e os terrenos ficaram mais caros. Em SP, Perdizes cresceu porque não dava para crescer mais nos Jardins. Penha e Piçarras são como Perdizes nesse caso”, compara.

Com o potencial econômico em alta, empresas como a CP8 Empreendimentos já iniciaram suas operações em Balneário Piçarras em 2023, com aquisições de terrenos e planos de expansão. A empresa, que já atuou em Balneário Camboriú, foca agora no crescimento na nova cidade.

O empreendimento Distintto, da CP8, oferece apartamentos de 80 a 180 m², com duas vagas de garagem e extensas áreas de lazer, incluindo piscinas, academia e salão de festas.

Leo Ribeiro, sócio da CP8, menciona que o projeto possui um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 55 milhões. Os compradores são famílias em busca de imóveis para veraneio, vindas de Curitiba e do interior catarinense, além de investidores internacionais dos EUA, Emirados Árabes e Rússia. O preço médio dos apartamentos é de R$ 1 milhão.

“A gente não está vendendo apenas o metro quadrado de um empreendimento seco, sem grandes atrativos, só para conseguir baixar custo e favorecer o investidor. A gente está realmente agregando diferenciais, como dois pavimentos de lazer, para quem de fato vai usar no dia a dia. O tamanho das unidades também é para que realmente seja confortável”, afirma Ribeiro.

Para alcançar novos compradores, Ribeiro adota uma estratégia de marketing digital, compartilhando conteúdo sobre imóveis e investimentos no YouTube e Instagram, onde acumula 800 mil seguidores. “O meu objetivo hoje é personificar a marca para atrair clientes de todas as regiões do Brasil e do mundo”, declara.

A CP8 já planeja um novo lançamento para o próximo ano em Balneário Piçarras, com VGV estimado entre R$ 100 e R$ 110 milhões, e possui terrenos para mais um projeto.

A incorporadora Vetter também investe em Balneário Piçarras, com projetos beira-mar onde o preço médio dos apartamentos varia entre R$ 15 mil e R$ 20 mil por m². Pedro Sanches, gerente de desenvolvimento de negócios da Vetter, descreve o mercado como um “quiet luxury” (luxo silencioso), contrastando com o estilo mais ostensivo de Balneário Camboriú.

Penha (SC)

A Vetter também desenvolve empreendimentos em Penha, voltados para o público que visita a cidade atraído pelo Beto Carrero World e resorts. Os apartamentos oferecidos tipicamente possuem 130 m², com duas ou três suítes.

Mercado Imobiliário em Penha

“Em Penha, temos lançamentos com 40 pavimentos e vamos lançar maiores. Porém, precisa-se respeitar o impacto de vizinhança e o sombreamento. Penha tem empreendimentos mais esbeltos e imponentes. Em Balneário Piçarras, existe limitação de gabarito, pensando em escalonamento. Frente à avenida beira-mar, só se pode construir até três pavimentos e unifamiliar”, explica Sanches.

A Amazon Parques & Resort, um complexo turístico em construção em Penha, foca em consumidores que desejam visitar a cidade anualmente através da venda de cotas de multipropriedade. Uma cota para uma semana por ano custa em torno de R$ 40 mil, e para duas semanas, cerca de R$ 90 mil, dependendo do tamanho do apartamento. O proprietário pode optar por alugar sua cota através da gestão da Amazon.

Roberto Kwon, CEO do Amazon Parques & Resorts, projeta um aumento no fluxo turístico de 2,5 milhões para 3,5 milhões de visitantes anuais nos próximos anos, o que demandará expansão na rede hoteleira local.

“Santa Catarina já é um destino geral, mas nossa região aqui tem o privilégio de ter praias maravilhosas e o acesso é muito fácil. O aeroporto de Navegantes fica a praticamente 20 minutos de Penha”, afirma Kwon.

Fonte: Estadão

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