TSE adia julgamento do partido Missão, ligado ao MBL; legenda busca registro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adiou nesta quinta-feira (30) o julgamento sobre a criação do partido Missão, uma iniciativa ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL). Caso obtenha autorização para se registrar, a nova legenda se tornará o 30º partido com atuação oficial no Brasil, habilitando-se a participar das próximas eleições.

Adiamento por Ausência de Relator

O adiamento ocorreu devido à ausência justificada do ministro relator do caso, André Mendonça. O processo precisará ser novamente incluído na pauta de julgamentos do TSE. A Procuradoria-Geral Eleitoral já havia emitido parecer favorável à criação do partido, referendando o cumprimento dos requisitos formais e o processo de coleta de assinaturas.

O Missão logrou êxito em obter 589.982 apoios validados pela Justiça Eleitoral, superando os 547 mil necessários para solicitar o registro de fundação de uma nova agremiação política.

Sede do TSE em Brasília — Sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília.

Ambições Presidenciais e Diferenciação Política

Membros do MBL indicam que o partido Missão pretende lançar candidaturas para os Poderes Legislativo e Executivo, incluindo a disputa pela Presidência da República. O coordenador nacional do MBL e presidente do novo partido, Renan santos, tem sido mencionado em pesquisas de intenção de voto e é um dos nomes cogitados para concorrer ao Palácio do Planalto pela futura legenda.

Os idealizadores do Missão afirmam que a legenda adotará um perfil de direita, buscando se diferenciar das propostas defendidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Uma das bandeiras centrais do partido, cujo símbolo é a onça-pintada, é a segurança pública, com defensores da legenda advogando por políticas mais rigorosas no combate à criminalidade.

Inspiração em El Salvador

As propostas de segurança pública do partido frequentemente citam as medidas adotadas pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele, como referência. Essas ações, no entanto, são alvo de Críticas por parte de especialistas na área e defensores de direitos humanos.

A formação de novos partidos políticos no Brasil passa por um rigoroso processo de validação, que inclui a coleta de um número expressivo de assinaturas e a aprovação do TSE, como parte do debate sobre a fragmentação partidária e a representatividade no Congresso Nacional.

Fonte: Valor Econômico