Trump sinaliza corte de tarifas ao Brasil em encontro com Lula na Malásia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta sexta-feira (25) que está aberto a reduzir as tarifas impostas ao Brasil, mas apenas sob “circunstâncias certas”. Essa declaração surge na véspera de um encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para este domingo (26), na Malásia. Ambos os líderes participarão da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Este será o primeiro encontro oficial entre Lula e Trump desde que os EUA aplicaram uma sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros em julho deste ano. Questionado sobre a possibilidade de reduzir as tarifas durante seu embarque para a Ásia, Trump respondeu de forma enigmática, aumentando as expectativas de um possível acordo comercial.

Negociações Bilaterais e Pautas Principais

O Governo brasileiro pretende inicialmente buscar a Suspensão das tarifas como um passo para negociações definitivas. Em contrapartida, os Estados Unidos desejam discutir a ampliação do Acesso do etanol de milho brasileiro ao mercado americano e a regulação de grandes empresas de tecnologia (big techs). Uma das principais divergências é a tarifa de 18% cobrada no Brasil sobre o etanol, enquanto os EUA cobram apenas 2,5%.

Em visita à Indonésia na sexta-feira (24), Lula expressou seu otimismo e posição sobre o encontro. “Tenho todo o interesse e disposição de mostrar que houve equívoco nas taxações. Quero provar com números. A tese pela qual se taxou o Brasil não tem sustentação. Os Estados Unidos têm superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos com o Brasil”, afirmou o presidente brasileiro.

Contexto das Tarifas e Expectativas de Mercado

A aplicação das tarifas por parte dos EUA gerou preocupações no setor produtivo brasileiro, que teme a perda de competitividade no mercado internacional. A possibilidade de um acordo bilateral pode aliviar essa pressão e fortalecer as relações comerciais entre os dois países. A declaração de Trump, embora condicional, injeta um tom de otimismo para os próximos passos diplomáticos e econômicos.

Analistas de mercado acompanham de perto essa movimentação, pois qualquer alteração nas tarifas pode impactar diretamente os fluxos de comércio e investimentos. A participação de Lula e Trump em um mesmo evento, como a cúpula da Asean, oferece uma oportunidade única para alinhar agendas e buscar soluções para as divergências comerciais atuais.

Fonte: Folha de S.Paulo