Trump Mantém Sanções a Autoridades Brasileiras Pós-Encontro com Lula

Apesar de um encontro cordial e considerado positivo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Donald Trump não demonstrou flexibilidade quanto às sanções impostas a autoridades brasileiras sob a Lei Magnitsky. As restrições, que incluem limitações de visto e penalidades financeiras, permanecem em vigor.

Fontes da diplomacia brasileira confirmaram a ausência de sinais de alívio por parte do presidente dos Estados Unidos em relação às sanções aplicadas a membros do Governo e do Judiciário. Entre os atingidos está o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e sua família, que tiveram vistos suspensos e ativos bloqueados antes mesmo do julgamento de Jair Bolsonaro.

Lula e Trump: Um Encontro Diplomático Surpreendente

O próprio presidente Lula destacou a dificuldade logística e política para a realização do encontro, afirmando que Trump viajou por 22 horas e ele por 26 horas para uma reunião que parecia improvável. A conversa ocorreu em Kuala Lumpur e, além das sanções, abordou temas comerciais.

Tarifas e Barreiras Comerciais em Discussão

Um ponto de avanço aparente foi a sinalização de Trump sobre a possibilidade de negociar as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Essas tarifas foram classificadas como temporárias e equivocadas pelo governo brasileiro.

O chanceler Mauro Vieira informou que os líderes concordaram em iniciar um processo de negociação bilateral para resolver a questão das tarifas comerciais, buscando um alívio nas barreiras. A expectativa é de que o diálogo se aprofunde rapidamente.

Lei Magnitsky: Um Ponto de Tensão Persistente

A manutenção das sanções da Lei Magnitsky representa um dos aspectos mais delicados na relação Brasil-EUA. Essas medidas afetam não apenas vistos e ativos financeiros, mas também a atuação internacional dos ministros sancionados.

Apesar dos pedidos brasileiros pela Suspensão dessas penalidades, Trump manteve uma postura firme, sugerindo que o tema das sanções deve ser tratado separadamente das discussões comerciais. Essa estratégia americana é vista em Brasília como uma forma de pressão política sobre a Justiça brasileira.

Cautela e Próximos Passos na Relação Bilateral

Diplomatas de ambos os países avaliam que a questão das sanções exigirá cautela nas próximas rodadas de diálogo. Embora a manutenção das medidas não inviabilize as conversas, um avanço significativo dependerá de gestos políticos mais amplos por parte da Casa Branca.

A conclusão geral do encontro é de otimismo quanto à resolução das tarifas comerciais, com forte disposição política de ambos os lados para acelerar o processo. No entanto, a questão das sanções da Lei Magnitsky adiciona um elemento de complexidade política que precisa ser gerido com atenção.

Fonte: InfoMoney