O governo brasileiro demonstra apreensão com a crescente tensão diplomática entre os Estados Unidos e países latino-americanos, como Venezuela e Colômbia. Essa instabilidade regional pode impactar negociações cruciais entre Brasil e Casa Branca, especialmente no que tange à discussão de tarifas comerciais.

Após um encontro entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, ficou definido que uma reunião técnica preliminar entre negociadores brasileiros e uma equipe do Governo norte-americano ocorrerá em breve, de forma virtual. O diálogo acontece em um contexto de crise nas relações bilaterais, desencadeada em julho com o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA, sob a alegação de práticas comerciais desleais e perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
EUA elevam tom contra líderes latino-americanos
Neste domingo, Donald Trump intensificou a crise ao classificar o presidente colombiano, Gustavo Petro, como um “traficante de drogas ilegal” que promove a “produção massiva” de entorpecentes. Trump ameaçou cancelar pagamentos e subsídios em larga escala ao país, caso as operações de drogas não sejam encerradas.
Anteriormente, Petro acusou o governo dos EUA de assassinato, exigindo respostas após o mais recente ataque americano no Caribe. As ações americanas na região, próximas à Venezuela, levaram o governo de Nicolás Maduro a alertar sobre uma possível invasão.
Segundo Trump, as operações visam combater cartéis de drogas venezuelanos, e os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista Internacional.

Lula articula diálogo sobre Venezuela com Trump
Em meio à escalada das tensões, Lula planeja abordar a crise na Venezuela em um futuro encontro presencial com Trump. Auxiliares indicam que o presidente brasileiro pretende alertar sobre os riscos de uma intervenção militar americana, que poderia desestabilizar a região e favorecer o narcotráfico.
Na quarta-feira (15), Trump confirmou a autorização de operações secretas da CIA em território venezuelano e a consideração de ataques terrestres contra cartéis locais.
Encontro bilateral: urgência e estratégia
O governo brasileiro considera fundamental a realização da reunião entre Lula e Trump ainda em 2025. Diplomatas avaliam que um diálogo presencial em alto nível é essencial para direcionar as discussões e mitigar interferências externas que buscam pautar agendas paralelas e prejudicar a relação bilateral.
Fontes indicam que há um esforço conjunto para agendar o encontro, com a possibilidade de ocorrer durante a viagem de Lula à Malásia para a cúpula da Asean. A Casa Branca também sinaliza interesse em organizar a reunião rapidamente, reforçando a percepção de urgência estratégica.
Fonte: G1