O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (29) a conclusão de um acordo comercial com a Coreia do Sul. A declaração gerou valorização da moeda sul-coreana (won) frente ao dólar, aliviando a incerteza que pairava sobre a economia do país, altamente dependente do comércio internacional.
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“Nós conseguimos, conseguimos. Chegamos a um acordo”, afirmou Trump, antes de um jantar com o presidente sul-coreano, Lee Jae Myung. Mais tarde, complementou: “Firmamos nosso acordo, praticamente concluído”.
O pacto firmado entre os dois países estabelece a redução para 15% das tarifas sobre automóveis comercializados mutuamente. Além disso, o acordo inclui um plano de investimentos sul-coreanos nos Estados Unidos no valor de US$ 350 bilhões, sendo US$ 200 bilhões em capital e US$ 150 bilhões destinados à cooperação no setor de construção naval, conforme detalhado por Kim Yong-beom, assessor do presidente sul-coreano.
Sem este acordo, fabricantes sul-coreanos de automóveis e aço enfrentariam tarifas de 25%, um entrave competitivo em comparação com concorrentes japoneses, que já se beneficiam de tarifas de 15% sob um pacto anterior entre Tóquio e Washington.
Encontro com Xi Jinping em Seul
A cúpula entre Trump e Lee ocorreu durante a visita do presidente dos EUA a três países asiáticos, que começou na Malásia com a participação em uma reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático. Paralelamente, a China confirmou que o presidente Xi Jinping se reunirá com Donald Trump na Coreia do Sul nesta quinta-feira (30). O encontro é aguardado com expectativa por investidores e pelo mercado global, em busca de um alívio nas tensões comerciais que têm marcado os últimos meses.
“Os dois chefes de Estado discutirão em profundidade questões estratégicas e de longo prazo das relações bilaterais”, informou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, sem detalhar se o acordo comercial seria um dos focos da conversa em Busan.
“Estamos dispostos a trabalhar em conjunto com os Estados Unidos para garantir resultados positivos neste encontro e dar novo fôlego ao desenvolvimento contínuo das relações entre China e EUA”, declarou Guo Jiakun.
A expectativa pelo encontro entre Trump e Xi contribuiu para a estabilização dos mercados no último mês, especialmente após um período de novas tensões que elevaram o temor de um afastamento das negociações para encerrar a guerra tarifária. Washington alega que a escalada do conflito comercial se deve a novos controles de exportação de terras raras impostos por Pequim, enquanto a China aponta restrições americanas a investimentos chineses como catalisadores.
Xi Jinping permanecerá na Coreia do Sul de quinta a sábado para participar da reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, mas Donald Trump não participará da cúpula regional. Washington e Pequim mantêm divergências em temas como o comércio de fentanil, semicondutores avançados, controles de terras raras e exportações de soja.
Fonte: G1
