Trader: Como Superar Euforia e Medo no Mercado Financeiro

Sérgio Gargantini, criador de uma aclamada plataforma de leitura de fluxo, compartilha os desafios iniciais no Mercado financeiro. Seus primeiros seis meses foram marcados por fracassos e a necessidade de uma profunda transformação comportamental.

Convidado do programa GainCast, Gargantini detalhou sua jornada como trader, desde as frustrações operacionais até o desenvolvimento da ASG (Algorithmic System Generation), uma ferramenta que combina market data, Inteligência Artificial e análise do comportamento dos players.

A Armadilha da Euforia e a Mão Pesada no Trading

Um erro comum entre iniciantes, e que Gargantini cometeu, é a ânsia por ganhos rápidos e a crença equivocada de que o capital inicial garante preparo. Ele admitiu ignorar conselhos de traders experientes, operando movido pela euforia e sem dimensionar os riscos.

“Às vezes eu até mutava a live. O cara falava: ‘opera com a mão pequena’, e eu pensava: ‘ah, esse cara não sabe o que está falando’. Aí já ia lá, metia 20 contratos no dólar.”

As perdas subsequentes transformaram a empolgação inicial em frustração. Gargantini relatou não entender conceitos básicos como ‘parcial’, operando com ‘mão pesada’ sem o devido conhecimento.

Essa experiência o levou a questionar sua própria aptidão para o mercado. “Chegou a um ponto que eu não conseguia clicar com um contrato mais, dava um frio na barriga”, confessou.

A Confiança inflada pela vontade de acertar rapidamente deu lugar ao medo, levando-o a pausar as operações em conta real para reavaliar seu potencial no trading.

O Renascimento no Simulador e a Virada de Chave

A pausa foi crucial para a reorganização mental e metodológica. Após perder o capital investido, Gargantini reiniciou sua trajetória no ambiente simulado, dedicando um ano à prática.

Durante esse período, ele se concentrou em observar o comportamento do preço e identificar os erros que não eram do mercado, mas de sua própria conduta. “Fiquei um ano no simulador.”, afirmou.

O segundo ano foi dedicado ao aprendizado, onde ele ainda cometia erros como preço médio e devolução de lucros diários, apesar de escrever planos de mudança. A Virada ocorreu quando assumiu que o problema residia em seu comportamento, não nos gráficos.

Ele chegou a acreditar que não possuía talento, mas com o tempo percebeu que o excesso de impulso era o principal obstáculo. “Várias vezes eu estava ganhando dinheiro e devolvia tudo por impulso, por falta de Disciplina, por comportamento.”, detalhou.

Esse momento marcou o início da autocrítica que o moldou como trader. Gargantini decidiu parar de dar desculpas e assumir a responsabilidade por suas ações, superando a tentação de depender de estratégias como o preço médio.

Hoje, Sérgio Gargantini é um exemplo de que a consistência no trading advém da coragem em transformar erros em aprendizado e evolução, e não da sorte.