Sete em cada dez trabalhadores brasileiros recebiam, no máximo, até dois salários mínimos em 2022. Essa informação é baseada nos resultados preliminares do Censo Demográfico 2022, focados em Trabalho e Rendimento, divulgados pelo IBGE.
Rendimento e Desigualdade no Mercado de Trabalho Brasileiro
Ao somar todos os trabalhadores com menores rendimentos, 68% recebiam, no máximo, entre nada a até dois salários mínimos mensais em 2022. Em contrapartida, uma pequena parcela, apenas 0,7% dos trabalhadores, possuía uma renda mensal superior a 20 salários mínimos. Especificamente, 11,2% dos trabalhadores laboravam por uma remuneração de até R$ 606 mensais, metade do salário mínimo vigente. Mais de um terço (35,3%) recebia até um salário mínimo.
Desigualdade de Gênero e Raça nos Rendimentos
O rendimento médio mensal nominal dos homens foi de R$ 3.115 em 2022, superando em 24,3% o das mulheres, que alcançaram R$ 2.506. Apesar da escolaridade feminina ser superior — 28,9% com nível superior completo contra 17,3% dos homens —, os homens apresentavam rendimentos médios mensais mais altos em todos os níveis de instrução. A diferença mais acentuada ocorreu no ensino superior completo, onde homens ganhavam R$ 7.347, 60% a mais que os R$ 4.591 das mulheres.
O recorte por cor ou raça revela que pardos (R$ 2.186), pretos (R$ 2.061) e indígenas (R$ 1.683) tiveram os menores rendimentos médios. Já amarelos (R$ 5.942) e brancos (R$ 3.659) apresentaram valores mais elevados. Essa desigualdade racial persistiu em todos os níveis de instrução, com a maior discrepância no ensino superior completo: amarelos (R$ 8.411) e brancos (R$ 6.547) superaram pardos (R$ 4.559), pretos (R$ 4.175) e indígenas (R$ 3.799).
Nível de Ocupação por Municípios
O nível de ocupação, que mede a proporção de pessoas trabalhando na população em idade ativa, também evidenciou disparidades. Em 2022, 50 municípios apresentaram um nível de ocupação igual ou superior a 70%, indicando que sete em cada dez residentes com 14 anos ou mais estavam empregados. Por outro lado, 330 municípios registraram resultados de até 30%, significando que sete de cada dez residentes nessa faixa etária estavam desocupados ou fora da força de trabalho, conforme explicou o IBGE. Os municípios com os maiores níveis de ocupação foram Fernando de Noronha (PE) com 82,9%, Vila Maria (RS) com 78,4% e Serra Nova Dourada (MT) com 78,2%. A média nacional foi de 53,5%.
Fonte: Estadão