Trabalhadores da icônica loja de departamentos parisiense BHV realizaram um protesto nesta sexta-feira contra a administração e o acordo firmado com a gigante do fast-fashion Shein. A Parceria, que concedeu à Shein um espaço permanente no sétimo andar da loja, tem gerado intensas críticas na França, inclusive por parte do prefeito de Paris. A Société des Grands Magasins (SGM), proprietária da BHV, enfrenta polêmica devido ao modelo de negócios da Shein, que envia roupas baratas diretamente de fábricas na China para consumidores em mais de 160 países.


Críticas e Preocupações dos Trabalhadores
Dezenas de trabalhadores se reuniram em frente à loja, com bandeiras de sindicatos e discursos de representantes sindicais e da prefeitura. A manifestação também reflete a insatisfação com atrasos nos pagamentos às Marcas que operam na BHV, situação que já vinha afetando as vendas e gerando apreensão sobre a segurança dos empregos. A saída de diversas marcas francesas após o anúncio do acordo com a Shein intensificou essas preocupações. “Nossos clientes já foram embora porque não conseguem encontrar o que querem, mas também estão preocupados e não aprovam a chegada da Shein”, declarou Florine Biais, funcionária da BHV e representante sindical, à Reuters.

Posicionamento da SGM e da Shein
A SGM atribui os atrasos nos pagamentos a uma recente mudança nos sistemas de pagamento, ocorrida após a aquisição da BHV em novembro de 2023, e prevê a resolução do problema em poucas semanas. A empresa defende que a Shein atrairá um público mais jovem, sendo parte fundamental de seu plano de modernização. “Estamos convencidos de que essa parceria é benéfica para o grupo e funcionários”, afirmou a SGM em comunicado. O porta-voz da Shein, Quentin Ruffat, complementou que a iniciativa visa aumentar o fluxo de visitantes na BHV e beneficiar outros varejistas.
Contexto da Shein e Regulamentação
Fundada na China em 2012, a Shein se tornou uma gigante global do fast-fashion. No entanto, a empresa tem sido alvo de escrutínio por parte de políticos, reguladores e concorrentes em todo o mundo. As críticas abrangem as condições de trabalho em suas fábricas, as elevadas emissões de carbono e a opacidade em sua gestão e Finanças. Recentemente, a Shein foi multada em 191 milhões de euros por órgãos reguladores na França e na Itália, o que a tem levado a reforçar seus controles internos e a buscar melhorar sua reputação junto aos consumidores.

Fonte: InfoMoney