O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal (PF) a realizar diligências na 13ª Vara Federal de Curitiba, unidade onde o atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) atuou como juiz.


A decisão, com data de 6 de outubro, surge após alegações do ex-deputado Tony Garcia, delator no caso Banestado. Segundo Garcia, Moro teria ordenado gravações ilegais de autoridades em 2004, como parte de um acordo de colaboração premiada. Entre os alvos estariam o então governador do Paraná, Beto Richa, e ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ex-parlamentar alega que documentos na 13ª Vara comprovariam suas declarações.
Contexto da Investigação: O Caso Banestado
O caso Banestado, investigado nas décadas de 1990 e 2000, apurou um esquema bilionário de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A operação se concentrou em contas CC5, utilizadas para remeter recursos ilegalmente ao exterior. Tony Garcia, delator no processo, afirma ter atuado como ‘agente infiltrado’ sob orientação de Moro, o que, segundo ele, configuraria abuso de autoridade e violação de garantias legais.

Autorização de Toffoli para Diligências
“Defiro que sejam empreendidas pela autoridade policial as diligências propugnadas, visando autorizar o exame in loco dos processos ali relacionados, documentos, mídias, objetos e afins relacionados à investigação”, determinou Toffoli em sua decisão, que corre sob sigilo judicial. As diligências devem abranger a coleta e o exame de documentos físicos e digitais de processos conduzidos pela vara, que foi o epicentro da Operação Lava Jato por mais de uma década.
Sergio Moro se Defende das Acusações
Em resposta, o senador Sergio Moro negou as acusações, classificando as declarações de Tony Garcia como “fantasiosas”. O parlamentar afirmou não ter tido Acesso aos autos do inquérito, mas declarou não ter “preocupação alguma com o amplo acesso do STF aos processos em que atuei como juiz”. Segundo Moro, as diligências “apenas confirmarão que os relatos de Tony Garcia são mentirosos”.

Este desdobramento judicial adiciona mais um capítulo às investigações relacionadas à atuação da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e ao ex-juiz Sergio Moro, agora como senador.
Fonte: InfoMoney