TD Garantia: Títulos Públicos como Caução para Aluguel Vale a Pena?

Descubra se vale a pena usar o TD Garantia, a modalidade do Tesouro Nacional que utiliza títulos públicos como substituto do caução em aluguéis. Analisamos prós e contras.
TD Garantia — foto ilustrativa TD Garantia — foto ilustrativa

A Substituição do caução ou seguro fiança por títulos públicos em contratos de aluguel surge como uma alternativa para quem busca empréstimos mais baratos e maior segurança nas garantias. O Tesouro Nacional lançou o TD Garantia, uma modalidade que permite o uso de títulos públicos federais como garantia em operações financeiras. Quase um ano após seu lançamento, a adesão ao produto e sua viabilidade para o consumidor estão em pauta.

A corretora Warren, primeira parceira do Tesouro Nacional, B3 e Banco Central nesta iniciativa, reporta uma adesão “muito boa”. Através da plataforma GarantiaInvest, a Warren possibilita a substituição do caução tradicional por títulos públicos em aluguéis fechados na plataforma da Loft. Atualmente, entre 10 e 15 contratos são fechados diariamente com esta modalidade.

Felipe Bossolani, CPTO da Warren, detalha que a distribuição mais ampla para novos clientes iniciou em março deste ano. A corretora já conta com quase 1,5 mil clientes utilizando o TD Garantia, totalizando mais de R$ 25 milhões em garantias movimentadas. “Esses números reforçam que há uma demanda real por soluções mais eficientes e transparentes quando o assunto é garantia para locação de imóveis”, afirma Bossolani. Ele também prevê um crescimento acelerado nos próximos meses com a consolidação do produto.

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Gabriel Lago, planejador financeiro CFP e sócio-fundador da The Hill Capital, observa que o TD Garantia ainda é pouco explorado, mas desperta o interesse de investidores mais sofisticados. “Muitos investidores enxergam como uma forma de dar liquidez ao título sem precisar vendê-lo, algo que pode ganhar tração à medida que mais instituições passem a adotar a funcionalidade”, comenta.

Atualmente, a Warren é a única instituição financeira que oferece o uso automático do TD Garantia. Para utilizar a modalidade fora da plataforma, é necessário negociar diretamente com os credores.

Como Funciona o TD Garantia com Títulos Públicos?

Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, explica que a aceitação do credor está condicionada à sua integração a um sistema administrado pelo Tesouro e pela B3. “Pessoas físicas que investem no Tesouro Direto podem ser garantidoras, e o sistema permite diferentes tipos de gravame, como alienação fiduciária, penhor e usufruto sobre o título, dependendo do acordo entre as partes”, esclarece.

Análise de Viabilidade: Vale a Pena Usar o TD Garantia?

Carlos Eduardo Oliveira, conselheiro do Corecon/SP, considera a modalidade vantajosa. “É uma forma de otimizar o uso dos investimentos, mantendo a rentabilidade e ganhando Acesso a crédito ou aluguel com menos burocracia”. No entanto, ele ressalta a importância de o investidor “entender bem o funcionamento” do programa.

Entre os principais benefícios do TD Garantia estão a redução de Custos e a desburocratização. Felipe Bossolani destaca que, diferentemente do caução ou seguro-fiança, os locatários podem deixar o dinheiro rendendo enquanto ele serve como garantia. A segurança da operação é outro ponto forte, pois os títulos são registrados em um sistema integrado à B3.

Por outro lado, existem pontos de atenção cruciais. A liquidez é um deles, pois o título fica bloqueado para resgates enquanto estiver servindo como garantia. A aceitação ainda limitada do TD Garantia também representa um obstáculo, mesmo quando há um credor interessado.

Patzlaff recomenda não alocar toda a carteira de títulos públicos como garantia. “Mantenha uma parte do portfólio livre, assim, mesmo se der algo errado, você tem margem de manobra”, aconselha.

Gabriel Lago complementa o alerta, afirmando que o TD Garantia não deve ser encarado como uma reserva de emergência. “É uma ferramenta de alavancagem, que precisa ser usada de forma consciente e estratégica”, conclui.

Fonte: InfoMoney

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