TCU pede explicações a Hugo Motta sobre funcionárias fantasmas em gabinete

TCU exige explicações de Hugo Motta sobre contratação de funcionárias fantasmas em seu gabinete. Caso envolve rotinas incompatíveis com cargos legislativos.
Hugo Motta funcionárias fantasmas — foto ilustrativa Hugo Motta funcionárias fantasmas — foto ilustrativa

A área técnica do TCU (Tribunal de Contas da União) propôs que a corte requisite informações ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre duas funcionárias empregadas em seu gabinete com rotinas incompatíveis com as funções que deveriam exercer no Legislativo.

O parecer, datado de 29 de outubro, foi divulgado pelo portal Metrópoles e confirmado pela Folha. A proposta ainda será analisada pelo ministro relator, Jhonatan de Jesus. Caso seja aprovada, Motta terá 15 dias para explicar o regime e a escala de trabalho das servidoras Gabriela Batista Pagidis e Monique Agra Magno.

Conforme revelado pela Folha em julho, Gabriela é fisioterapeuta e atende em clínicas durante a semana, enquanto Monique é assistente social na Prefeitura de João Pessoa (PB) há quatro anos. O deputado determinou a Demissão de ambas após ser procurado pela reportagem em 8 de julho para comentar o caso.

Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, em evento em Brasília.
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados.

TCU Requer Comprovação de Atividades

A área técnica do TCU também solicita que o tribunal peça comprovantes de registro de frequência ou controle de escala de trabalho das duas funcionárias. Adicionalmente, foram requisitados os registros de Acesso a ferramentas corporativas do órgão, como aplicativos de comunicação e edição de documentos, além de provas de entregas de trabalho durante o período em que exerceram a função.

No caso de Gabriela, a unidade pede que seja especificado se houve concessão de horário especial de trabalho e como se deu o cumprimento de suas atividades nesse período. Para Monique, solicita-se a especificação da escala de trabalho a partir de abril de 2021, quando a servidora assumiu outro cargo público na prefeitura de João Pessoa.

Apreciação do Ministério Público e Interesse Público

Os técnicos avaliaram que o pedido de apuração, feito pelo Ministério Público do TCU, apresentava pressupostos para ser aceito, dada a relevância pública da matéria. Os analistas destacaram a necessidade de comprovar que as funcionárias efetivamente exerceram suas funções e não atuaram em cargos públicos inacumuláveis com a função comissionada na Câmara dos Deputados.

Para revelar a existência desses casos, a Folha utilizou informações de bancos de dados oficiais, processos judiciais, redes sociais e documentos de contratos, além de acompanhar a rotina das funcionárias. Verificou-se que Gabriela atendia em clínicas em Brasília e na região administrativa do Núcleo Bandeirante, enquanto Monique possuía uma carga horária de 30 horas semanais na prefeitura de João Pessoa.

O gabinete de Motta, na ocasião, afirmou que preza pelo cumprimento rigoroso das obrigações dos funcionários, inclusive os que atuam remotamente. Contudo, a reportagem não obteve Acesso ao registro de ponto dos funcionários, e o parlamentar não informou a função ou horário de trabalho das servidoras citadas.

Prédio do Tribunal de Contas da União (TCU) em Brasília.
Sede do Tribunal de Contas da União.

Fonte: Folha de S.Paulo

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