O Tribunal de Contas da União (TCU) aplicou uma multa de R$ 10 mil a Igor Macedo Laino, ex-diretor da Caixa Asset, braço de gestão de fundos da Caixa Econômica Federal. A sanção foi determinada por Laino ter tentado aprovar a compra de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master, ignorando pareceres técnicos e Críticas internas.
Irregularidades apontadas pelo TCU
O relator Antonio Anastasia destacou que Laino desconsiderou alertas de unidades especializadas sobre a operação. As Críticas apontavam baixa liquidez, prazo excessivo, concentração atípica e a necessidade de avaliações adicionais sobre o Banco Master. Técnicos do TCU identificaram que, na proposta de habilitação do banco, Laino omitiu informações relevantes, como pesquisas reputacionais negativas e processos regulatórios, enfatizando apenas os aspectos positivos e enviesando a decisão.
Defesa do ex-executivo e outros envolvidos
Em sua Defesa, Igor Laino alegou ter agido com diligência, baseado em pareceres técnicos e sem causar prejuízo financeiro. Ele sustentou que o retorno da operação era superior ao de mercado e que a pesquisa reputacional do Banco Master não indicava condenações definitivas. A defesa do ex-executivo afirmou que não houve irregularidades, que a operação não foi efetivada e que ainda cabem recursos contra a decisão do TCU.
Laino foi destituído do cargo na Caixa Asset em junho deste ano. O ex-diretor-presidente da instituição, Pablo Sarmento, não foi mencionado na decisão do TCU, apesar de ter sido alvo de denúncias de abuso de poder e assédio moral, com pelo menos 25 reclamações registradas na corregedoria da empresa. Sarmento teria pressionado pela aprovação de operações específicas, como a do Banco Master.
Pressões e represálias na Caixa Asset
Em julho de 2024, durante as negociações para a aquisição das letras financeiras, a Caixa Asset removeu do cargo três funcionários que se manifestaram contra a operação de R$ 500 milhões. A empresa justificou as dispensas como de interesse da administração. Contudo, a área técnica do TCU identificou indícios de represália, gerando preocupações sobre a vulnerabilidade dos funcionários e os impactos na cultura organizacional da instituição.
Fonte: Valor Econômico