As taxas dos títulos públicos do Tesouro Direto voltaram a subir com força nesta sexta-feira (10), revertendo o alívio Técnico registrado no dia anterior após a divulgação do IPCA de setembro abaixo do esperado. O aumento reflete a crescente aversão ao risco no cenário nacional e internacional, impactando principalmente os títulos de longo prazo.

O cenário para a alta das taxas é influenciado por dois fatores principais. Internamente, o Governo enfrenta incertezas sobre como o Ministério da Fazenda irá recompor R$ 46 bilhões até 2026, especialmente após a derrota na votação da MP 1303. Externamente, novas ameaças de Donald Trump sobre a China reascenderam o temor de uma guerra comercial, pressionando ativos de risco globalmente.
Cenário de Risco e Impacto no Investidor
Essa combinação de fatores levou à queda das ações, à valorização do dólar e ao estresse nos juros. Investidores domésticos, que antes apostavam na redução das taxas de juros devido à inflação mais branda, agora voltam sua atenção para o quadro fiscal e o ambiente Internacional, encontrando um panorama desfavorável.
O movimento de reposicionamento defensivo dos investidores se traduz em uma exigência maior de prêmios para carregar risco fiscal em um ambiente externo hostil. Essa dinâmica causa um encurvamento da curva de juros, valorização do dólar e retorno de rendimentos de até 14% ao ano em títulos prefixados de longo prazo.
Tesouro Direto: Desempenho dos Títulos
Os títulos mais sensíveis ao risco e de longo prazo, como os prefixados com vencimento em 2032 e os IPCA+ com vencimentos a partir de 2035, foram os mais afetados. O Tesouro Prefixado 2032, por exemplo, viu sua taxa saltar de 13,79% para 13,93%. Já o IPCA+ 2050 passou de 7,02% para 7,09%. O título de inflação com vencimento mais curto, embora com variação menor, retornou a patamares próximos de 8% ao ano de juro real, um nível psicologicamente relevante.

Fonte: InfoMoney