As taxas dos DIs com prazos longos encerraram a segunda-feira com baixas leves, impulsionadas pela queda do dólar frente ao real e pela redução das projeções de inflação no Brasil divulgadas pelo Boletim Focus. As taxas dos contratos de curto prazo permaneceram praticamente estáveis.
No fechamento do dia, a taxa do DI para janeiro de 2028 registrou 13,095%, contra 13,090% da sessão anterior. Já a taxa para janeiro de 2035 apontou 13,475%, uma queda de 3 pontos-base em relação aos 13,509% anteriores.
O recuo do dólar foi parcialmente influenciado por notícias sobre um encontro entre o presidente Lula e o ex-presidente Donald Trump na Malásia, onde discutiram a agenda comercial entre os países. Lula solicitou a Trump a Suspensão de tarifas sobre produtos brasileiros durante as negociações. Embora Trump tenha classificado a reunião como “boa”, mostrou-se incerto sobre o desfecho de um acordo.
Ajuste nas Projeções do Boletim Focus
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, revelou que a mediana das expectativas dos economistas para a inflação em 2025 caiu de 4,70% para 4,56%, e para 2026, foi de 4,27% para 4,20%. A meta de inflação do Banco Central é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. As novas projeções indicam que a inflação para 2025 está ligeiramente acima do teto da meta, mas para 2026, já se encontra dentro da margem.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, comentou que as revisões no Focus ocorrem após a divulgação de dados como o IPCA-15 de outubro e o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, ambos abaixo do esperado. “Houve um ‘catch up’ (acerto) de algumas projeções que ainda não haviam sido atualizadas, de uma só vez. Então, tivemos uma revisão bem para baixo, o que é um bom sinal”, afirmou Spiess.
Juros e Perspectivas para a Selic
Apesar da expectativa crescente de um corte na taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, o diferencial de juros favorável ao Brasil continua a influenciar o mercado cambial. Spiess avalia que a devolução de prêmios na curva de juros brasileira é contida, mas presente, devido à expectativa de corte de juros nos Estados Unidos, enquanto o Banco Central brasileiro mantém um discurso conservador.
O Mercado precifica quase 100% de probabilidade de manutenção da Selic em 15% na próxima reunião do Copom. Nos EUA, a ferramenta CME FedWatch indica 97,8% de chance de um corte de 25 pontos-base pelo Federal Reserve na próxima semana, com a taxa de referência americana na faixa de 4,00% a 4,25%.
Próximo ao fechamento, o rendimento do Treasury de dois anos teve alta de 2 pontos-base, a 3,503%. O retorno do papel de 30 anos recuou 2 pontos-base, a 4,569%.
Fonte: InfoMoney