As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a segunda-feira com quedas leves no Brasil. A movimentação ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suavizar seu discurso em relação à China, impactando o Mercado financeiro global.
Com o dólar em queda de aproximadamente 1% frente ao real, a taxa do DI com vencimento em janeiro de 2028 recuou para 13,415%, um ajuste em relação aos 13,422% da sessão anterior. Similarmente, a taxa para janeiro de 2029 marcou 13,39%, registrando uma baixa de 2,3 pontos-base. Para o vencimento em janeiro de 2035, a taxa ficou em 13,815%, com uma ligeira queda de 1 ponto-base.
A tensão comercial entre EUA e China havia escalado na sexta-feira, quando Trump anunciou novas tarifas e controles de exportação sobre produtos chineses. No entanto, no domingo, o presidente americano adotou um tom mais conciliador, indicando que os EUA não desejam prejudicar a China. Essa mudança de retórica abriu espaço para a busca por ativos de maior risco, como ações e moedas de países emergentes.
No Brasil, o real chegou a registrar uma desvalorização superior a 1% em relação ao dólar. Em paralelo, as taxas dos DIs apresentaram uma trajetória de queda, embora com menor intensidade.
“Na sexta-feira, o tarifaço de Trump estressou bastante o mercado, com o dólar chegando a R$5,50 e a curva de juros subindo”, comentou Gustavo Danilo Guimarães, especialista de Renda Fixa da Manchester. “Só que no domingo Trump fez novos comentários, e o mercado passou a ajustar o movimento da semana passada”, complementou.
A ausência da referência dos Treasuries americanos, devido ao feriado do Dia de Colombo nos EUA, limitou os ajustes nas taxas dos DIs. O mercado precificava em 98% a probabilidade de manutenção da taxa básica Selic em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, agendada para o início de novembro.
análise do Boletim Focus
Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central revelou que a mediana das projeções dos economistas para a inflação no fim de 2025 foi revisada de 4,80% para 4,72%. Para 2026, a projeção permaneceu em 4,28%. As expectativas para a Selic ao final de 2024 e 2026 se mantiveram em 15% e 12,25%, respectivamente.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros em 13,75% em sua última reunião reflete o cenário de inflação em desaceleração e a persistência de riscos fiscais. Analistas de mercado acompanham de perto os indicadores econômicos para antecipar os próximos passos da política monetária. A relação entre a política monetária e o desempenho das taxas de juros de longo prazo é fundamental para as decisões de investimento em renda fixa.
Fonte: InfoMoney