Tarifaço dos EUA muda mercados e pauta de exportações brasileiras, diz Icomex

Tarifaço dos EUA impacta exportações brasileiras. Icomex/FGV revela mudanças de mercado e pauta, com foco em carne, café e madeira.
exportações brasileiras — foto ilustrativa exportações brasileiras — foto ilustrativa

O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos exportados pelo Brasil tem provocado mudanças significativas nos mercados e na estrutura da pauta de exportações. A análise é do relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

As vendas brasileiras de produtos de carne e de café têm compensado a perda de mercado nos Estados Unidos com um aumento das vendas para outras nações. Em setembro, alguns produtos de madeira e de fumo também registraram crescimento nas exportações para o restante do mundo.

“Os efeitos do tarifaço provocam mudanças de mercados e na estrutura da pauta de exportações. A fase ainda é de transição, podendo esse cenário mudar se as negociações entre Brasil e Estados Unidos conseguirem chegar a um desfecho positivo”, afirma o relatório do Icomex. O documento ressalta que o desafio do Brasil nas negociações é garantir que as concessões sejam compensadas com benefícios.

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Impacto nas Exportações e Importações Brasileiras

Em setembro, as exportações brasileiras aumentaram 7,2% em valor em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em volume, o avanço foi de 9,6%. Por outro lado, as importações cresceram 17,7% em valor e 16,2% em volume no mesmo período. No acumulado de janeiro a setembro, o volume exportado pelo Brasil cresceu 3,5%, enquanto as importações registraram um aumento de 9,4%.

Balança Comercial e Desempenho por Destino

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 3,0 bilhões em setembro. No acumulado do ano até o nono mês, o superávit foi de US$ 45,5 bilhões, uma redução de US$ 13,2 bilhões em comparação com o mesmo período do ano anterior. O crescimento do volume exportado em setembro foi impulsionado por vendas para a Argentina (+22,0%), China (+15,0%) e União Europeia (+5,7%). No acumulado até setembro, as exportações para a Argentina saltaram 48,9%, e para a China, 5,8%.

“A China explicou 28% das exportações brasileiras em setembro, e a Argentina, 5,9%. Os Estados Unidos, com uma participação de 8,4% no mesmo mês, registraram queda de 19,1% no volume, e uma retração de 0,8% no acumulado até setembro”, detalha a FGV.

Novos Mercados e Desaceleração na Argentina

O volume exportado para os Estados Unidos, China e União Europeia representou 40% de todas as exportações brasileiras em setembro. “A trajetória de queda nas exportações para os Estados Unidos foi compensada em parte pelo aumento das exportações para a China”, destaca o relatório do Icomex.

Segundo a pesquisa, os aumentos no volume de remessas para a Ásia (excluindo a China), América do Sul (excluindo a Argentina) e México, a partir de julho, “sugerem ganhos em outros mercados que compensam as perdas nos Estados Unidos”. O relatório também aponta para uma desaceleração no crescimento das exportações para a Argentina, com uma variação de +22% em setembro, indicando uma piora nas condições econômicas do país sul-americano.

Fonte: InfoMoney

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