Tarcísio diz que população não aguenta mais impostos após derrubada de MP

Tarcísio de Freitas afirma que população não aguenta mais impostos após derrubada de MP do governo Lula. Entenda a articulação política.
Tarcísio impostos — foto ilustrativa Tarcísio impostos — foto ilustrativa
FILE PHOTO: Sao Paulo governor Tarcisio de Freitas attends a meeting with Brazil's President Luiz Inacio Lula da Silva and governors to discuss changes in public security policies, at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil October 31, 2024. REUTERS/Adriano Machado/File Photo

Após a derrubada de uma Medida Provisória (MP) do governo Lula que visava a taxação de investimentos, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que “a população não aguenta pagar mais impostos”. Ele se posicionou como um dos principais articuladores contra a proposta, mesmo tendo negado previamente qualquer interferência.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, agradeceu publicamente o “empenho” de Tarcísio contra a MP. Em Entrevista à CNN Brasil, Tarcísio reforçou sua posição: “Não torço pelo pior melhor, mas a população não aguenta pagar mais impostos. O Governo tem que ter Responsabilidade Fiscal.” Ele lembrou que o Projeto do Imposto de Renda foi consensual, mas que há um “esgotamento para aumento de impostos”.

Anteriormente, Tarcísio havia declarado em nota que estava “totalmente focado nos desafios e nas demandas de São Paulo, e que a questão era de responsabilidade do Congresso Nacional.

Articulação contra a MP e críticas ao governo Lula

A articulação de Tarcísio de Freitas foi detalhada pela colunista Bela Megale, do GLOBO. Segundo a reportagem, o governador realizou telefonemas estratégicos para presidentes de partidos políticos, apresentando argumentos contra a aprovação da medida que poderia trazer R$ 17 bilhões aos cofres públicos. Para justificar seu posicionamento, Tarcísio teria argumentado que não poderia dar a impressão de estar abandonando São Paulo para se envolver em questões nacionais.

O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) classificou a atuação de Tarcísio como uma “ação de sabotagem contra o Brasil”. Similarmente, o deputado Lindbergh Farias (PT) criticou a postura do governador, afirmando que ele agiu de forma irresponsável e que tais ações visam “atrapalhar o governo Lula” e, consequentemente, o Brasil.

Fernando Haddad em evento na Câmara dos Deputados.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Impacto no Orçamento e eleições de 2026

Após a derrubada da MP, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que ajudará São Paulo, apesar da ação de Tarcísio ter sido vista como um movimento contra o interesse nacional. Haddad iniciou conversas com o relator do Orçamento para tentar recompor os R$ 17 bilhões que seriam arrecadados em 2026. A articulação entre a oposição e o Centrão, exemplificada pela derrubada da MP, foi interpretada pelo deputado Sóstenes Cavalcante como um prenúncio de que “2026 é logo ali”, indicando uma antecipação do calendário eleitoral.

Gráfico da Quaest sobre intenções de voto para as eleições de 2026.
Pesquisa Quaest aponta Lula à frente na corrida eleitoral de 2026.

A fala de Tarcísio reflete uma preocupação com a carga tributária no Brasil, um tema recorrente no debate econômico e político. A capacidade de a população e as empresas arcarem com novos impostos é um fator crucial para a sustentabilidade fiscal e o crescimento econômico do país. A resistência à MP demonstra a força da oposição e a complexidade em aprovar medidas que impactam a economia, especialmente em ano eleitoral ou pré-eleitoral.

Fonte: InfoMoney

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