O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que dependentes químicos são “escravizados pelo crime”, ressaltando a “dor das famílias” afetadas. A declaração surge em meio a uma Polêmica iniciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que inicialmente afirmou que “traficantes de drogas são vítimas dos usuários”. Posteriormente, o presidente retratou-se, classificando a fala como “mal colocada”.
Durante um discurso em Américo de Campos, Tarcísio elogiou seu vice, Felicio Ramuth (PSD), pela atuação no combate à “cracolândia” em São Paulo. O governador, visto como potencial candidato à Presidência em 2026, enfatizou que a abordagem de Ramuth foi “sistêmica”, abrangendo segurança pública, saúde, assistência social e habitação. “Essa aliança de políticas públicas é que fez a diferença. Você [Ramuth] entendeu como ninguém a dor das famílias que têm um parente na dependência química”, disse Tarcísio.
Reação do Vice-Governador e do Secretário de Segurança
Felicio Ramuth manifestou publicamente sua “indignação” com a declaração do presidente Lula, classificando-a como “lamentável” e uma “inversão de valores perigosa e desrespeitosa”. Ramuth, que poderia assumir o Governo estadual em caso de candidatura de Tarcísio à presidência, afirmou: “Traficante não é vítima, é criminoso”, alinhando-se com o combate ao crime organizado.
O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, também criticou a fala de Lula. Pré-candidato ao Senado, Derrite comparou a declaração a uma ferramenta de Inteligência Artificial e acusou o PT e a esquerda de “tratar o bandido como coitadinho, como vítima da sociedade”. Ele reforçou que a “vítima é o povo brasileiro”.
Contexto Político e a Questão das Drogas
A troca de farpas evidencia as divergências sobre o tratamento da segurança pública e do tráfico de drogas no Brasil. Enquanto Tarcísio e sua equipe em São Paulo adotam uma postura de “tolerância zero” e “recuperação” de áreas como a Cracolândia, a fala inicial de Lula gerou reações fortes de setores que defendem o endurecimento penal. A retratação do presidente minimiza o rastro da polêmica, mas a discussão sobre a responsabilidade e o tratamento do vício e do tráfico permanece.
Fonte: Valor Econômico