Tarcísio de Freitas: Eleitorado feminino é desafio para reeleição e Planalto

Tarcísio de Freitas enfrenta desafio no eleitorado feminino para reeleição e possível candidatura ao Planalto em 2026. Veja análise e pesquisas.
Tarcísio de Freitas eleitorado feminino — foto ilustrativa Tarcísio de Freitas eleitorado feminino — foto ilustrativa

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enfrenta um desafio significativo no eleitorado feminino, um segmento crucial para suas ambições de reeleição e para uma eventual candidatura ao Planalto em 2026. Pesquisas indicam que, assim como Jair Bolsonaro, Tarcísio tem maior apelo entre os homens.

A gestão estadual afirma atuar firmemente na promoção de políticas públicas voltadas à proteção, acolhimento e autonomia feminina. Segundo o governo, foi criada uma secretaria dedicada às demandas das mulheres e um movimento chamado “SP Mulher” para ampliar a visibilidade dessas ações. Programas importantes foram desenvolvidos em áreas como Desenvolvimento social, Saúde, Educação e Segurança, incluindo o protocolo Não se Cale e o app Mulher Segura.

Uma pesquisa da Paraná Pesquisas revelou que, em um cenário de disputa pela reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio soma 48,3% das intenções de voto. Esse índice sobe para 55,8% entre os homens, mas cai para 41,7% entre as mulheres. Cenários semelhantes foram apontados por pesquisas anteriores, como a Datafolha, que mostrou uma queda na aprovação feminina para 37% após três meses de mandato, enquanto o apoio masculino se manteve estável.

Essa disparidade de desempenho de gênero difere de gestões anteriores em São Paulo. Governadores como Geraldo Alckmin e José Serra apresentaram índices de aprovação mais equilibrados ou superiores entre as mulheres em seus mandatos.

Análise da Desconexão com o Eleitorado Feminino

Analistas apontam que o eleitorado feminino tende a ser mais criterioso na avaliação de gestão em áreas como educação, transporte e segurança, setores que pesquisas qualitativas indicam desgaste para a administração Tarcísio. Renato Dorgan, especialista em pesquisa eleitoral, sugere que a imagem pública de Tarcísio, associada a um discurso mais incisivo e a episódios como a martelada na B3, pode afastar o público feminino, especialmente nas classes B e C.

Felipe Soutello, consultor político, destaca que Tarcísio pode ser o primeiro governador paulista do século com rejeição maior entre as mulheres. Ele associa essa tendência à forte conexão com Jair Bolsonaro, cujo estilo de comunicação mais agressivo também gerou maior rejeição feminina na eleição presidencial de 2022. As mulheres foram determinantes na Vitória de Lula naquele pleito.

Um aliado do governador reconhece a tendência de governos de centro-direita terem avaliações mais favoráveis do público masculino. No entanto, aposta em iniciativas como o monitoramento por tornozeleira eletrônica de agressores de mulheres, um programa da Secretaria da Segurança Pública em Parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), e o programa social SuperAção para melhorar o desempenho do governador nessa fatia do eleitorado.

Desafios na Secretaria da Mulher e Segurança Pública

A Secretaria de Políticas para a Mulher, comandada por Valéria Bolsonaro, tem enfrentado cobranças por resultados e eficiência. O orçamento da pasta em 2024 foi de R$ 24 milhões, com apenas 31% empenhado até o fim do ano. Para 2025, a projeção é de R$ 36 milhões orçados, com R$ 15 milhões empenhados até o momento.

Adicionalmente, os primeiros oito meses de 2025 registraram um aumento de 10,5% no número de feminicídios no Estado de São Paulo, com 168 vítimas, comparado a 152 no mesmo período de 2024. A gestão estadual afirma que a tentativa de associar narrativas políticas a temas sensíveis como a violência contra a mulher desvirtua o debate e gera interpretações equivocadas sobre a gestão pública.

Fonte: Estadão

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