O índice acionário europeu STOXX 600 atingiu uma nova máxima histórica nesta quinta-feira, impulsionado por ganhos significativos no setor de energia. Novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, aliadas à análise de balanços corporativos, moldaram o cenário para os investidores.
Sanções à Rússia e Impulso Energético
O índice de referência continental fechou em alta de 0,37%, alcançando 574,43 pontos. As ações do setor de energia foram as grandes protagonistas, registrando um avanço de 2,7% e marcando a sessão mais forte desde meados de abril. O aumento se deveu à elevação dos preços do petróleo em 5%, após a imposição de sanções pelos EUA a fornecedores russos importantes, em decorrência da intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia.
David Oxley, economista-chefe de clima e commodities da Capital Economics, comentou que as sanções impostas pelos Estados Unidos contra a Rosneft e a Lukoil representam uma escalada relevante na ofensiva ao setor energético russo, o que poderia gerar um Déficit significativo no mercado global de petróleo no próximo ano. No entanto, o impacto a longo prazo nos preços do petróleo dependerá da duração e da eficácia da aplicação dessas sanções.
Ainda sobre o setor energético, especialistas apontam que a volatilidade nos preços do petróleo pode impactar diretamente a inflação e as decisões de política monetária em diversas economias. A busca por fontes de energia alternativas e a segurança energética se tornam pautas ainda mais cruciais neste cenário.
Balanços Corporativos em Foco
Em paralelo, as atualizações trimestrais das empresas europeias estão em pleno andamento. Os participantes do Mercado buscam por sinais claros de como a incerteza comercial pode estar afetando a lucratividade corporativa. A análise destes resultados é fundamental para direcionar os investimentos e avaliar a resiliência das empresas.
As ações do setor de luxo apresentaram ganhos de 1,2%, com a Kering, proprietária da Gucci, registrando um salto de 8,7% após informar que as vendas no trimestre anterior caíram menos do que o esperado pelos analistas. Isso demonstra a capacidade de alguns segmentos em manter a performance mesmo em um ambiente de incertezas.
Por outro lado, o setor de viagens e lazer sofreu uma desvalorização de 2,2%, pressionado por uma previsão pessimista da Sodexo e por resultados decepcionantes da Evolution, com ambas as ações perdendo 7% cada. Esses resultados refletem a sensibilidade do setor a choques econômicos e de Confiança do consumidor.
As ações da STMicroelectronics sofreram uma queda de 14,1% e foram suspensas várias vezes durante a sessão. A fabricante de chips previu vendas para o quarto trimestre abaixo das expectativas, citando a fraqueza nas vendas de automóveis como um fator-chave.
Desempenho dos Principais Índices Europeus
Em Londres, o índice Financial Times avançou 0,67%, fechando em 9.578,57 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 0,23%, alcançando 24.207,79 pontos. O índice CAC-40 em Paris registrou alta de 0,23%, em 8.225,78 pontos.
Em Milão, o índice Ftse/Mib valorizou-se 0,41%, a 42.381,93 pontos. O índice Ibex-35 em Madri apresentou alta de 0,07%, em 15.792,20 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 registrou valorização de 0,58%, fechando em 8.353,59 pontos.
A análise desses movimentos demonstra a diversidade de performance entre os mercados europeus, influenciados por fatores setoriais e específicos de cada país. Acompanhar os mercados globais é crucial para investidores.
Fonte: InfoMoney