STF: Rearranjos Políticos Expostos no “Terceiro Parlamento” Brasileiro

STF opera como “terceiro parlamento” com rearranjos políticos. Ministros formam blocos e buscam influência, afetando a dinâmica jurídica e política do Brasil.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem se comportado cada vez mais como um parlamento, com ministros formando blocos e articulando táticas para influenciar ou antecipar movimentos do Legislativo e do Executivo. Essa dinâmica, que Transforma a corte constitucional em um “terceiro parlamento”, revela rearranjos políticos internos cada vez mais explícitos.

O ministro Luiz Fux, em particular, tem se visto isolado politicamente na Primeira Turma. Tradicionalmente, o STF funciona como um órgão que resolve questões cruciais, desde tributação, como o IOF discutido por Fernando Haddad, até a gestão de emendas parlamentares. Ministros são percebidos não apenas como juízes, mas como solucionadores de problemas governamentais, o que naturalmente gera diferentes grupos de interesse dentro da corte.

O Isolamento de Fux e a Busca por Influência

O esvaziamento do plenário físico do STF pode ter contribuído para o isolamento de Fux na Primeira Turma. Sua influência e poder diminuíram nessa instância, levando-o a buscar novas estratégias para reafirmar sua posição. A atuação em uma turma menor, sem a mesma visibilidade do plenário, pode ter se tornado menos estratégica, impulsionando a busca por um novo centro de força.

Rearranjos na Segunda Turma e a Formação de Blocos

A migração de Fux para a Segunda Turma marca um rearranjo político significativo. Nesta turma, Fux encontra ministros indicados por Jair Bolsonaro, como Nunes Marques e André Mendonça. A composição projetada visa a formação de uma maioria regional, possivelmente em oposição a figuras como Gilmar Mendes, com quem Nunes Marques estaria em disputa. Essa movimentação qualifica a Suprema Corte, com a incógnita de Nunes Marques como fiel da balança.

Casos Relevantes e Disputas de Poder

A Segunda Turma será palco de disputas importantes. Entre os casos que tramitam, está o recurso de Bolsonaro contra sua inelegibilidade, imposta pelo TSE. Além disso, a turma julgará a revisão criminal sobre o julgamento do golpe de estado e os desdobramentos da Lava Jato, eventos que ainda ressoam no cenário político e jurídico brasileiro.

Reflexões sobre a Função do Judiciário

Em meio a essas movimentações, o presidente do Supremo, Edson Fachin, declarou recentemente que o Judiciário deveria se “voltar para o básico” em tempos de crise. No entanto, a percepção de que a corte atua como um “terceiro parlamento” sugere que essa volta ao “básico” pode ser um desafio diante das complexas dinâmicas políticas que se desenrolam em seu interior.

Fonte: Estadão

Adicionar um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagens e vídeos são de seus respectivos autores.
Uso apenas editorial e jornalístico, sem representar opinião do site.

Precisa ajustar crédito ou solicitar remoção? Clique aqui.

Publicidade