STF libera nomeação de parentes para cargos políticos em ministérios e secretarias

STF define que parentes podem ser nomeados para secretarias e ministérios, desde que com qualificação técnica. Entenda as regras.
nomeação de parentes para cargos políticos — foto ilustrativa nomeação de parentes para cargos políticos — foto ilustrativa

O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que é permitida a nomeação de parentes de até terceiro grau de autoridades para cargos de comando na Administração Pública, incluindo secretarias municipais, Estaduais e ministérios. A decisão majoritária visa estabelecer diretrizes claras sobre nepotismo.

O julgamento, que será concluído com a elaboração de uma tese orientadora, aborda as nuances entre cargos em comissão, funções de Confiança e os chamados cargos políticos de primeiro escalão. A Corte busca delimitar as situações em que essa nomeação será aplicável, evitando interpretações equivocadas.

Regras Atuais de Nomeação Pública

Atualmente, a legislação brasileira proíbe a nomeação de cônjuges, companheiros e parentes até o terceiro grau de autoridades para cargos em comissão ou funções de confiança na Administração Pública, em qualquer esfera de Governo (União, estados e municípios) e em todos os Poderes. Essa vedação, consolidada em súmula do próprio STF, visa combater o nepotismo. A prática pode configurar improbidade administrativa e está sujeita a punições legais.

A proibição se aplica a cargos que, em regra, são preenchidos sem concurso público, como assessores em gabinetes governamentais. Por exemplo, um governador não pode nomear seu filho para o cargo de assessor em seu gabinete.

Sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF) para julgamento de casos de nepotismo.
Sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF) para julgamento de casos de nepotismo.

Diferença entre Cargos Políticos e Cargos em Comissão

O STF tem, em decisões anteriores, diferenciado cargos políticos de cargos em comissão e funções de confiança. A proibição de nomeação de parentes vinha sendo restrita aos últimos, sem alcançar os cargos políticos, como o comando de secretarias estaduais, municipais e ministérios. A justificativa é que a Constituição Federal confere aos chefes do Poder Executivo — governadores, prefeitos e o presidente da República — a prerrogativa de nomear para esses postos de primeiro escalão.

Decisão do Supremo sobre Cargos Políticos

No caso analisado, que envolvia uma lei municipal de Tupã (SP) que permitia a nomeação de parentes para cargos políticos, a maioria dos ministros do STF decidiu que o comando de secretarias e ministérios não se enquadra na proibição de nepotismo. Contudo, os escolhidos devem comprovar qualificação técnica e idoneidade moral, conforme requisitos legais.

Votação no STF e Próximos Passos

O julgamento, iniciado em abril do ano passado, conta com seis votos favoráveis à permissão de nomeação de parentes para cargos políticos, sem votos contrários até o momento. Ministros como Luiz Fux, Cristiano Zanin, André Mendonça, Nunes Marques, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli já se posicionaram a favor. A votação será concluída com os votos pendentes de Cármen Lúcia, Flávio Dino, Edson Fachin e Gilmar Mendes.

A tese resultante servirá como guia para a aplicação da decisão em instâncias inferiores da Justiça. É importante destacar que essa liberação se restringe aos cargos no Poder Executivo, não se aplicando aos Poderes Legislativo e Judiciário, nem a órgãos como os tribunais de contas. Além disso, a prática de nepotismo cruzado, que envolve a troca de favores na nomeação de parentes entre diferentes gabinetes, continua proibida.

O debate sobre nepotismo e nomeações políticas é recorrente e impacta a administração pública e a confiança da sociedade nas instituições. A definição do STF busca trazer mais clareza e segurança jurídica para a gestão pública, embora gere debates sobre a necessidade de maior rigor em processos de seleção.

Fonte: G1

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