A SLB, ex-Schlumberger, uma das maiores fornecedoras da Petrobras, fechou um contrato bilionário para implementar uma tecnologia pioneira em completação elétrica de poços. O acordo, no valor de mais de R$ 1,5 bilhão, visa modernizar as operações offshore, especialmente no pré-sal e na Margem Equatorial brasileira.
Thomas Filiponi, presidente da SLB no Brasil, destacou a importância estratégica do país para a empresa, citando o volume, a complexidade e os desafios dos projetos. A SLB tem uma longa história no Brasil, tendo chegado antes mesmo da Petrobras, e participou ativamente dos principais empreendimentos da estatal.
Oportunidade na Margem Equatorial
A SLB é responsável pela perfuração do poço Morpho na bacia da Foz do Amazonas, um local que tem atraído grande atenção da indústria petrolífera. Filiponi ressaltou o positivismo da indústria em relação à aprovação da licença de operação na região, vista como uma oportunidade única. A empresa está operando o primeiro poço na área com grande responsabilidade e otimismo.
A SLB também perfurou para a BP o campo de Bumerangue, onde foi anunciada a descoberta de gás natural em agosto. A empresa destaca seu papel na exploração de novas fronteiras energéticas no país.
Tecnologia inédita no pré-sal
No campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de santos, a SLB introduzirá uma tecnologia de completação elétrica de poços, substituindo a completação hidráulica. Com um contrato de R$ 400 milhões por cinco anos, esta inovação promete maior eficiência, precisão e controle em tempo real das operações, otimizando a produção e a segurança.
Filiponi explicou que o controle de fluxo em tempo real é um diferencial, permitindo que decisões que antes levavam dias agora sejam tomadas em minutos. Essa tecnologia será aplicada nos contratos das plataformas para Búzios 9, 10 e 11.
Adicionalmente, a SLB venceu licitação para aplicar tecnologias sísmicas de ponta (3D e 4D) nas bacias de Campos e santos, visando aprimorar a visão do subsolo e otimizar decisões de exploração. O foco na Bacia de Santos inclui o campo de Tupi, com o objetivo de aumentar sua produção, e na Bacia de Campos, no campo de Jubarte, utilizando a tecnologia 4D para comparações temporais detalhadas.
Potencial na Bacia de Pelotas e Créditos de Carbono
Filiponi também apontou o grande potencial da Bacia de Pelotas, no Sul do Brasil, que se estende até o Uruguai. A expectativa é de que a exploração no Uruguai, com previsão de início pela Apache Corporation no próximo ano, possa indicar descobertas promissoras no lado brasileiro da bacia.
Além da exploração de combustíveis fósseis, a SLB investe em novas energias. A empresa fechou parceria com a FS para venda de créditos de carbono via projeto BECCS (Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono). A SLB contribui com expertise em geotecnologia e engenharia de poços para esse modelo inédito de descarbonização industrial.
As cinco frentes de serviço da SLB incluem captura e estocagem de carbono, hidrogênio, estocagem de energia, soluções de poços geotérmicos e minerais críticos. A empresa atuará na construção de poços de injeção e monitoramento, liderando estudos de MMV para garantir a rastreabilidade e mensuração da pegada de carbono.
Fonte: Estadão