Seguro Rural em 2025: Cobertura Atinge Mínimo Histórico com Cortes no PSR

Cobertura de seguro rural no Brasil em 2025 atingirá mínimo histórico devido a cortes no PSR. Menos de 3 milhões de hectares protegidos. Entenda os impactos.
Produtor rural discute políticas de seguro com especialista em evento da CNseg, indicando a baixa cobertura do seguro rural em 2025. Produtor rural discute políticas de seguro com especialista em evento da CNseg, indicando a baixa cobertura do seguro rural em 2025.

A cobertura do seguro rural no Brasil está prevista para atingir o menor patamar em pelo menos 19 anos em 2025, segundo Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). A área protegida, que já sofreu uma redução drástica pela metade nos últimos anos – caindo de 14 milhões para 7 milhões de hectares em 2024 –, deve recuar ainda mais para 3 milhões de hectares no próximo ano.

Considerando apenas o primeiro semestre de 2025, a taxa de cobertura do seguro rural registra 2,3%, o menor índice desde o início da série histórica em dezembro de 2006. O pico da cobertura foi alcançado em 2021, com 16,3%.

Cortes Orçamentários Afetam Diretamente o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR)

Segundo Dyogo Oliveira, o acentuado declínio na cobertura do seguro rural está intrinsecamente ligado aos cortes realizados no Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR). “A priorização dos recursos precisa ser revista”, enfatizou Oliveira, indicando a urgência de reavaliar a alocação orçamentária para o setor.

Em junho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou o bloqueio de R$ 445 milhões do Orçamento destinado ao PSR para 2025, o que representa 42% do volume inicialmente previsto para o programa. Essa medida impacta diretamente a capacidade de seguradoras e produtores rurais em garantir a proteção das lavouras.

Produtor rural discute políticas de seguro com especialista em evento da CNseg
Produtores rurais e especialistas debatem o futuro do seguro rural em evento preparatório para a COP30.

Impactos no Agronegócio e Segurança Alimentar

Guilherme Bastos, coordenador da FGV Agro, expressou preocupação com o enfraquecimento atual do seguro rural. Ele destacou que o cenário representa uma ameaça à segurança alimentar, ressaltando a necessidade de “avançar em cobertura” para garantir a estabilidade do setor.

As discussões sobre a redução da cobertura do seguro rural ocorreram durante um evento preparatório para a COP30, organizado pela CNseg em Brasília. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém, marcará a primeira participação das seguradoras nas discussões centrais sobre sustentabilidade.

Setor de Seguros na Luta Contra as Mudanças Climáticas

Dyogo Oliveira afirmou que o setor de seguros não poderia mais permanecer ausente dos debates sobre sustentabilidade, dada a sua vulnerabilidade aos efeitos das mudanças climáticas. “Não há justificativa para isso porque esse setor é um dos mais afetados pelos efeitos das mudanças climáticas”, declarou.

Ele também ressaltou o papel das seguradoras como investidoras na economia real, com potencial para alocar recursos em projetos de sustentabilidade. O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, reconheceu a contribuição do setor, definindo-o como “um setor que sempre ficou associado a algo conservador, baseado em Estatísticas do passado, é hoje um setor que precisa se reinventar por causa das mudanças no clima”.

Segundo Lago, as seguradoras podem ser fundamentais para garantir a atratividade de investimentos no Brasil e para a implementação prática das medidas discutidas durante a COP30, conectando as decisões globais com a realidade econômica do país.

Fonte: Valor Econômico

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