Segurança Pública: Esquerda, Direita e Centro Falham e Pautam Eleições 2026

Segurança pública: Esquerda, direita e centro enfrentam falhas e o tema se torna central para as eleições de 2026 no Brasil. Entenda os dados.
Segurança Pública Eleições 2026 — foto ilustrativa Segurança Pública Eleições 2026 — foto ilustrativa

A segurança pública emergiu como um campo de batalha política crucial, prometendo ser um tema central nas eleições de 2026. Estados governados por todos os espectros ideológicos — esquerda, direita e centro — enfrentam cenários problemáticos na área. O debate se acirrou após uma megaoperação no Rio de Janeiro resultar em 121 mortes, configurando-se como a mais letal do país.

Essa questão de violência é frequentemente identificada em pesquisas como uma das principais preocupações dos eleitores brasileiros, aumentando a pressão sobre os governantes de todas as esferas.

Especialistas apontam que a recente operação policial antecipou a necessidade de posicionamento claro da direita e da esquerda no tema. Governadores de direita criticaram a atuação do presidente Lula (PT) e buscaram uma união política. Por outro lado, o Governo acusou a oposição de exploração eleitoreira e o presidente classificou a operação como “desastrosa” e uma “matança”.

A análise de dados recentes revela que nenhum espectro político tem apresentado soluções efetivas para a segurança pública.

Desempenho dos Estados no Ranking de Segurança

Dos dez estados com os piores índices de segurança pública no Ranking de Competitividade dos Estados de 2025, compilado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), um número preocupante se distribui entre os espectros políticos: quatro são governados por políticos de esquerda, quatro por partidos de centro e dois por legendas de direita. A Classificação espectro ideológico foi baseada no GPS partidário da Folha.

O levantamento do CLP considera diversos indicadores, como segurança pessoal, patrimonial e a taxa de mortes a esclarecer, utilizando dados de órgãos como o Ministério da Saúde e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em termos regionais, três dos estados com piores índices estão no Norte, quatro no Nordeste, dois no Centro-Oeste e um no Sudeste.

Os três estados com as piores classificações são o Amapá, governado por Clécio Luís (Solidariedade), Roraima, sob o comando de Antonio Denarium (PP), e a Bahia, administrada pelo petista Jerônimo Rodrigues. O Amapá, em particular, enfrenta desafios com roubos, violência sexual e denúncias de tortura em presídios, com uma taxa de mortes violentas intencionais significativamente acima da média nacional.

Gráfico comparativo de índices de segurança pública em estados brasileiros.
Dados recentes mostram que estados de todos os espectros políticos enfrentam desafios em segurança pública.

Mortes Violentas Intencionais: Um Panorama Homogêneo

Analisando especificamente as mortes violentas intencionais, utilizando dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, a distribuição entre os espectros políticos é quase homogênea: quatro estados são governados pelo centro, três pela esquerda e três pela direita. Essa taxa engloba latrocínio, mortes por intervenção policial e homicídios dolosos. A concentração geográfica dessas ocorrências é maior no Nordeste (cinco estados) e no Norte (quatro estados).

A Bahia, por exemplo, lidera em mortes pela polícia, com uma parcela significativa das mortes violentas sendo causadas por agentes do Estado. O confronto entre facções agrava a situação na região e pode se tornar um ponto sensível para o PT e a esquerda no debate eleitoral. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, defendeu a PEC da segurança pública do governo Lula e criticou “interesses políticos menores” no debate.

Do lado da direita, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), somou-se a outros políticos de direita na articulação de ações contra o crime organizado. Ele associou governos de esquerda a posturas “lenientes com o crime”, mesmo lembrando que a Bahia possui altos índices de violência policial.

Manifestantes protestam em frente a uma delegacia com cartazes sobre violência policial.
A violência policial é um dos indicadores preocupantes que afetam os índices de segurança pública.

Propostas Falhas e a Necessidade de Pragmatismo

Para especialistas, como Rafael Alcadipani da Silveira, professor de segurança pública da EAESP-FGV, a segurança pública é uma agenda negligenciada por todos os espectros políticos. Ele critica a visão de “tiro, porrada e bomba” da direita e a falta de proatividade da esquerda em relação às políticas de segurança. Silveira ressalta que as propostas devem ser baseadas em estudos e evidências científicas, e que a concentração do problema no Norte e Nordeste está ligada a desigualdades sociais e econômicas.

Pedro Trippi, coordenador de inteligência do CLP, concorda que a violência é um desafio que transcende ideologias. Ele enfatiza a necessidade de um policiamento orientado por dados e de ações pragmáticas, que vão além de visões político-partidárias. Segundo ele, todos os governadores enfrentam desafios significativos em segurança pública, e a solução exige uma abordagem que supere as divisões ideológicas.

Fonte: Folha de S.Paulo

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