A iminente saída do ministro Luis Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) abre espaço para uma nova indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso a nomeação ocorra até o final do ano, Lula consolidará a presença de cinco de seus indicados na Corte, moldando significativamente a composição do tribunal.
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Disputa pela Vaga no STF: Messias vs. Pacheco
A corrida pela sucessão de Barroso se concentra em dois nomes principais: o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, de 45 anos, e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de 48 anos. Enquanto Messias conta com forte apoio do Poder Executivo, Pacheco tem o respaldo do Senado e do próprio STF.
A decisão final, contudo, recai sobre o presidente Lula. A proximidade de Messias com o presidente, cultivada desde o Governo Dilma Rousseff, quando atuou na Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), é um ponto forte a seu favor. Essa relação foi evidenciada em momentos cruciais, como na tentativa de posse de Lula na Casa Civil.
Histórico e Apoios Políticos na Indicação
A disputa pela vaga também envolve as articulações políticas e os apoios de figuras influentes. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, é um dos principais defensores de Pacheco, justamente o principal adversário de Messias na atual conjuntura. Essa dinâmica ressalta os complexos jogos de poder que cercam as indicações para o STF.
Por outro lado, interlocutores de Pacheco destacam o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e a dificuldade de Lula emplacar mais um nome de sua extrema confiança, após a indicação de Cristiano Zanin. A lealdade de Alcolumbre ao governo em votações importantes no Congresso também é vista como um fator a ser considerado.
Impacto da Nomeação no STF e Configuração do Tribunal
A nomeação do novo ministro pelo presidente Lula terá um impacto direto na configuração do STF. Com cinco indicados, Lula alcançará uma maioria expressiva na Corte, superando a distribuição de assentos de governos anteriores. Atualmente, os ministros indicados por Lula são Cristiano Zanin e Flávio Dino.
A história recente do STF mostra que presidentes buscam consolidar suas visões de Justiça através de indicações estratégicas. Carmen Lúcia, Toffoli, Fachin, Fux, Barroso, Kassio Nunes, André Mendonça, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes foram indicados por presidentes anteriores, compondo o mosaico ideológico e técnico do tribunal.
Próximos Passos e Cenário Pós-Saída de Barroso
Apesar de sinais de que sua saída se aproximava, a antecipação da Aposentadoria de Barroso não deve levar a uma decisão precipitada por parte de Lula. Em um cenário de relações tensas com o Congresso, a escolha do novo ministro será cuidadosamente ponderada para equilibrar indicações políticas e técnicas, buscando fortalecer a governabilidade e a estabilidade institucional.
Fonte: Valor Econômico