Robert Lighthizer, ex-representante comercial dos Estados Unidos durante o primeiro governo de Donald Trump, expressou Críticas contundentes aos economistas, afirmando que eles “erraram em tudo”. A declaração reflete sua postura protecionista e sua visão sobre a ordem comercial global.

O Arquiteto das Tarifas de Trump
Lighthizer ganhou notoriedade por sua abordagem agressiva nas negociações comerciais, renegociando acordos, impondo tarifas sobre produtos da China e Europa, e criticando a Organização Mundial do Comércio (OMC). Sua atuação no cargo, considerado tradicionalmente tranquilo, foi marcada por uma forte Defesa das políticas de tarifas.
“O presidente [Trump] ainda me liga de vez em quando”, revelou Lighthizer em Entrevista, indicando que, embora não deseje retornar ao cargo de representante comercial, mantém contato com o ex-presidente. Ele acredita que o trabalho em seu antigo posto já foi realizado e que há outras funções importantes a serem desempenhadas.
Vida Pessoal e Filosifia de Trabalho
Atualmente, Lighthizer divide seu tempo entre Washington, onde participa de reuniões e eventos, e Chestertown, Maryland, onde passa tempo com a família. Ele descreveu o encontro para a Entrevista no Cafe Milano, um tradicional ponto de encontro de figuras políticas em Georgetown, Washington D.C.
Em relação ao cenário político polarizado dos Estados Unidos, Lighthizer comentou sobre a “síndrome de transtorno Trump”, sugerindo que o ódio e a animosidade podem obscurecer o raciocínio. Ele demonstrou respeito por Donald Trump, descrevendo-o como alguém com “personalidade forte, franco e com atitude”, e grato pelas ações ousadas na área comercial.

Visão sobre Déficits Comerciais e Tarifas
Crescido em Ohio, Lighthizer construiu sua carreira jurídica e política em Washington. Ele criticou a “devoção tola à teologia do livre comércio”, atribuindo os déficits comerciais massivos dos EUA a décadas de terceirização para países com mão de obra mais barata. Ele vê a globalização acelerada, especialmente após a entrada da China na OMC, como um fator que intensificou o Déficit comercial americano.
Sobre as novas tarifas impostas no segundo mandato de Trump, Lighthizer as considera uma medida necessária para equilibrar o comércio e proteger a economia nacional. “Acho que há um problema realmente, realmente, realmente sério com esses déficits comerciais massivos. Está prejudicando o país de muitas maneiras, então algo precisa ser feito”, afirmou, defendendo que os preços não subiram tanto sob o governo Trump.
Dependência da China e Patriotismo Econômico
Uma das maiores preocupações de Lighthizer é a dependência dos Estados Unidos de componentes críticos de defesa provenientes da China. Ele lamenta que essa dependência tenha se desenvolvido ao longo de gerações, visando apenas o lucro corporativo. “É tão pouco sério e assustador”, declarou.
Lighthizer se posiciona como um defensor do nacionalismo econômico, declarando-se contra a desigualdade de renda e vendo suas posições como um reflexo de patriotismo. Atualmente, ele atua como conselheiro do Citigroup, participa de eventos e discursos, equilibrando compromissos profissionais e vida familiar, mostrando uma faceta pessoal para além das negociações comerciais.
Fonte: Folha de S.Paulo