O JPMorgan destaca que os principais impulsionadores de longo prazo para o Mercado brasileiro permanecem o início do ciclo de flexibilização monetária e as eleições de 2026. Apesar do desempenho positivo acumulado no ano, a volatilidade de curto prazo pode desencadear short squeezes.


Um short squeeze ocorre quando uma alta rápida no preço de um ativo força investidores que apostaram contra ele (vendedores a descoberto) a recomprar as ações. Isso gera pressão adicional de compra, elevando ainda mais o preço.
Os estrategistas do banco observam que, diferentemente de mercados desenvolvidos, esses eventos são menos comuns no Brasil devido à menor liquidez e maiores custos de transação. No entanto, a cobertura de posições vendidas já afetou o mercado em diversas ocasiões neste ano.
Análise de Mercado e Posições Vendidas
O desempenho robusto em 2025, com o MSCI Brasil em alta de 27% e o Ibovespa em 18%, levou muitos investidores a considerarem que muitas empresas já foram reavaliadas, tornando o momento inoportuno para novas compras. Fatores técnicos e o posicionamento dos investidores tornaram-se os principais gatilhos do mercado.
O índice de ações vendidas a descoberto em relação ao free float (short interest ratio) no Brasil tem se mantido acima de 2,5% por quase um ano, com um aumento de 3,5% para 3,8% nos últimos 40 dias. O indicador “days to cover”, que mede o tempo necessário para cobrir posições vendidas, também se mostra relevante para avaliar o potencial de short squeezes.

Empresas com Maior Potencial de Short Squeeze
O JPMorgan apresenta dados sobre o short interest das empresas como porcentagem do free float e o número de dias para cobrir as posições vendidas. O banco destaca empresas com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado) que apresentam risco de alta em decorrência de posições vendidas:
- Raízen (RAIZ4)
- Vamos (VAMO3)
- Vivara (VIVA3)
- PetroReconcavo (RECV3)
- Brava Energia (BRAV3)
- Cyrela (CYRE3)
- Azzas 2154 (AZZA3)
Entre os setores, os segmentos discricionário e de bens essenciais lideram com short interest acima de 8%. Em contrapartida, Energia e Telecom apresentam os menores índices, em torno de 5%. No setor discricionário, Raízen, MRV (MRVE3), Magazine Luiza (MGLU3) e Vivara registram posições vendidas superiores a 20%.
Em bens essenciais, GPA (PCAR3) e SLC Agrícola (SLCE3) também ultrapassam a marca de 20%. Em termos de empresas, Engie Brasil (EGIE3), Taesa (TAEE11), Auren (AURE3), CSN Mineração (CMIN3) e SLC Agrícola exibem o maior número de dias para cobrir posições vendidas, indicando um potencial elevado para movimentos de short squeeze.

Fonte: InfoMoney