Reforma Casa Brasil: Saiba custos e se vale aderir ao crédito do governo

Descubra os custos e parcelas do Programa Reforma Casa Brasil. Saiba se vale a pena aderir ao crédito do governo para reformar sua casa e planeje suas finanças.
Reforma Casa Brasil — foto ilustrativa Reforma Casa Brasil — foto ilustrativa

O governo lançou nesta semana o Programa Reforma Casa Brasil, que promete liberar R$ 40 bilhões em crédito para reformas e pequenas obras em todo o país. A iniciativa, voltada a famílias de diferentes faixas de renda, busca melhorar as condições de moradia e estimular o consumo. O programa entra em vigor oficialmente em 3 de novembro.

Condições e Parcelas do Reforma Casa Brasil

Os juros do programa variam entre 1,17% e 1,95% ao mês, dependendo do rendimento familiar. Uma simulação divulgada pela Caixa Econômica Federal indica parcelas que podem ir de R$ 116,45 a R$ 1.167,51, dependendo do valor do Empréstimo, do prazo de pagamento e da faixa de renda do solicitante.

Detalhe de uma casa sendo reformada
Casa própria, imóveis

Especialistas ouvidos pelo g1 avaliam que o programa está alinhado às demandas atuais do setor de habitação. No entanto, ressaltam a importância do planejamento financeiro. Sem ele, o sonho da casa reformada pode se tornar um fardo no Orçamento familiar.

Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), explica que o programa atende a uma lacuna histórica na política habitacional brasileira. “Até então, os principais programas do Governo, como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), se concentraram na construção de novas moradias. Agora, o foco se volta ao déficit qualitativo, ou inadequação edilícia, financiando reformas e pequenas obras nas habitações já existentes.”, afirma.

A inadequação edilícia se manifesta em moradias com infiltrações, fiação antiga, pouca ventilação ou cômodos apertados. O Reforma Casa Brasil é visto como o primeiro esforço estruturado para financiar melhorias habitacionais de forma consistente.

O governo prevê inicialmente 1,5 milhão de contratações, complementando um novo modelo de crédito imobiliário anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Taxas Subsidiadas e Obras Permitidas

Em um cenário de juros elevados, o novo programa se destaca pelas taxas subsidiadas e condições flexíveis:

  • Faixa 1: Renda de até R$ 3.200, com juros de 1,17% ao mês e prazo de até 60 meses.
  • Faixa 2: Renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9.600, com juros de 1,95% ao mês e prazo de até 60 meses.
  • Renda acima de R$ 9.600: Juros entre 1,33% e 1,95% ao mês, com financiamento de até 50% do valor do imóvel (respeitando o limite do SFH) e prazo de até 180 meses.

Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin), destaca que, mesmo com a taxa Selic em patamares elevados (atualmente em 15% ao ano), o programa é competitivo. “As taxas são atrativas, especialmente quando comparadas a linhas tradicionais e ao crédito consignado do governo para os trabalhadores CLT, que hoje opera com juros próximos de 5% ao mês”, disse.

Os recursos podem ser utilizados em pintura, instalações elétricas e hidráulicas, troca de piso e até construção de um novo cômodo. Locatários também podem solicitar o crédito, desde que as intervenções estruturais sejam negociadas com o proprietário.

Riscos e Planejamento Financeiro

Apesar do potencial do programa, o alto endividamento das famílias brasileiras é um ponto de atenção. Segundo dados do Serasa, milhões de pessoas estavam inadimplentes em agosto deste ano.

O presidente da Abefin recomenda que, antes de contratar o crédito, as famílias avaliem:

  • A real necessidade da reforma.
  • O custo total estimado da obra.
  • O tempo necessário para a conclusão.
  • A capacidade de economia para cobrir as parcelas.

Domingos alerta que a empolgação com a reforma pode levar ao comprometimento excessivo da renda familiar. As parcelas do Reforma Casa Brasil serão limitadas a 25% da renda mensal. Outro risco é o chamado “poço sem fundo da reforma”, onde imprevistos ou a ampliação do projeto elevam os custos.

A falta de mão de obra qualificada também pode encarecer e atrasar as reformas, um aspecto que precisa ser acompanhado. Contudo, o mercado de materiais de construção vive um bom momento, com estoques equilibrados, o que deve facilitar a execução das obras.

“A indústria de materiais tem estoques suficientes e capacidade para atender à demanda, enquanto o varejo vinha em um processo de desaceleração nos últimos meses. Isso deve dar um impulso à atividade tanto no comércio quanto na indústria. A questão principal é acompanhar como o programa vai alcançar efetivamente quem precisa.”, conclui Castelo.

Fonte: G1

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