Raízen: Investidor vende bonds de R$ 9 bi com receio de perda de rating

Investidor vende bonds da Raízen por receio de perda de grau de investimento, derrubando valor do papel. Entenda os impactos e a situação financeira da empresa.
Raízen venda bonds — foto ilustrativa Raízen venda bonds — foto ilustrativa

Um grande investidor decidiu vender sua posição em títulos de dívida externa (bonds) da Raízen, joint venture entre Cosan e Shell. Essa movimentação derrubou o valor do papel no Mercado secundário e intensificou os questionamentos sobre uma possível reestruturação da companhia. Na manhã de hoje, o título com vencimento em 2054 chegou a ser negociado a 70% do valor de face, uma queda significativa em relação aos 80% registrados anteriormente.

Fontes do mercado indicam que há uma expectativa de perda de rating no curto prazo. Fundos de investimento que possuem mandatos restritos a ativos com grau de investimento estariam se antecipando a essa possível desclassificação, o que explicaria a venda.

Raízen busca ajuste financeiro e reestruturação

A Raízen tem negociado com investidores a venda de ativos para ajustar seu balanço financeiro. Recentemente, a empresa vendeu usinas e colocou à venda sua refinaria e postos de combustíveis na Argentina. A percepção geral no mercado é que a companhia precisará realizar um processo formal de reestruturação e aumento de capital.

Essa estratégia terá de ser discutida com os novos sócios da Cosan, BTG Pactual e a gestora Perfil. Atualmente, o grupo de Rubens Ometto e a Shell detêm 44% de participação cada na Raízen, enquanto os 12% restantes estão pulverizados no mercado. A empresa realizou seu IPO em agosto de 2021, com uma avaliação de R$ 76 bilhões, mas atualmente vale cerca de R$ 9 bilhões.

Desempenho financeiro da Raízen em queda

No primeiro trimestre da safra 2025/26, a Raízen registrou um prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão, com um Ebitda ajustado de R$ 1,89 bilhão, representando uma queda de 23,4%. A dívida líquida da empresa apresentou um salto de 55,8% em 12 meses, atingindo R$ 49,2 bilhões em junho, o que elevou a alavancagem para 4,5 vezes.

Essa situação financeira delicada reforça a necessidade da venda de ativos e possivelmente de uma reestruturação societária para garantir a sustentabilidade das operações e a confiança dos investidores no longo prazo.

Fonte: Valor Econômico

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