Investir R$ 1 milhão no Tesouro Direto pode transformar o montante em R$ 1,1 milhão em um ano, R$ 1,7 milhão em cinco anos ou até R$ 2,5 milhões em uma década, mesmo após descontar impostos e taxas, em um aporte único.
O Tesouro Direto é uma modalidade de investimento em renda fixa reconhecida pela sua alta segurança no cenário nacional. Através dele, o investidor adquire títulos públicos em troca de segurança e rentabilidade garantida, permitindo que o Governo capte recursos e o investidor veja seu patrimônio crescer.
Dentro das opções oferecidas, o investidor pode optar por:
- Tesouro Selic: rentabilidade atrelada à taxa básica de juros (Selic).
- Tesouro Prefixado: rentabilidade definida por um percentual fixo no momento da aplicação.
- Tesouro IPCA+: rentabilidade atrelada à inflação (IPCA) mais um percentual pré-determinado.
Considerando as opções atuais e prazos de um, cinco e dez anos, simulações indicam:
- Tesouro Selic 2028 ou 2031: rendimento diário da Selic até o vencimento.
- Tesouro Prefixado 2028 ou 2032: rendimentos anuais de 13,08% e 13,61%, respectivamente.
- Tesouro IPCA+ 2029 ou 2040: rendimento da inflação mais 7,21%.
É importante notar que os valores das rentabilidades flutuam. Por exemplo, em dezembro de 2024, o Tesouro Prefixado com vencimento em 2027 chegou a registrar taxas superiores a 15%, um marco histórico.
“O Tesouro Direto prioriza a segurança e a liquidez, especialmente o Tesouro Selic, além de ser acessível com aplicações a partir de R$ 30, e pode oferecer diferentes opções de rentabilidade, que se adaptam a prazos e objetivos variados. Ele é uma opção essencial dentro da renda fixa, sendo a referência para os demais produtos”, explica Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos.
Quanto rende R$ 1 milhão no Tesouro Direto: simulações detalhadas
Ao analisar as simulações disponíveis no portal do Tesouro Direto, é possível projetar o rendimento de R$ 1 milhão em horizontes de um, cinco e dez anos.
Para prazos curtos (um ano), considerou-se uma taxa Selic média de 13,5% ao ano, projetando um fechamento de 2026 em 12%. Para os prazos mais longos, as taxas médias da ferramenta foram mantidas. Como os títulos podem ter vencimentos posteriores aos prazos simulados, os cálculos foram feitos com base em resgates antecipados.
As simulações, com aporte único e resgate antecipado conforme o caso, consideraram a rentabilidade líquida após impostos e taxas:
Desempenho por prazo:**
- 1 ano: Tesouro Selic apresentou o melhor resultado.
- 5 anos: Tesouro Prefixado mostrou-se mais vantajoso.
- 10 anos: Tesouro IPCA+ obteve a maior rentabilidade.
Segundo Jeff Patzlaff, essa variação ocorre porque cada tipo de título atende a um objetivo específico de investimento.
No curto prazo, o Tesouro Selic se destaca em um cenário de taxa de juros elevada, proporcionando alto rendimento em um período menor. Contudo, com as expectativas de cortes na taxa Selic pelo Banco Central, a rentabilidade média atrelada a este título pode diminuir em prazos mais extensos.
Nesse contexto, o Tesouro Prefixado com 13,61% de rendimento anual reflete a expectativa de queda futura dos juros. O rendimento contratado agora tende a superar as taxas de Mercado que podem surgir posteriormente.
Para o horizonte de dez anos, o Tesouro IPCA+ se sobressai ao garantir uma rentabilidade real acima da inflação. Este título é estratégico para proteger o patrimônio, pois seu rendimento acompanha a correção monetária. “O motivo dele se destacar em 10 anos na simulação é justamente o efeito dos juros compostos sobre o IPCA acumulado ao longo do tempo, quanto maior o período, maior o impacto da correção pela inflação”, detalha Patzlaff.
Resgate antecipado: o impacto da marcação a mercado
Embora os títulos do Tesouro possuam datas de vencimento definidas, é possível realizar o resgate antecipado. Nesse caso, o valor do papel é influenciado pela marcação a mercado.
Patzlaff explica que a marcação a mercado reflete o valor que os investidores estão dispostos a pagar pelo título. “Para o Prefixado e o IPCA+, um resgate antecipado depende da marcação a mercado, ou seja, do preço do título no dia da venda”, afirma.
As simulações do Tesouro Direto baseiam-se em projeções da curva de juros para estimar o Valor de mercado. Para o Tesouro Selic, a divergência é mínima, mas pode ocorrer na forma como os juros diários são compostos.
Reaplicação no vencimento: estratégia de longo prazo
Uma alternativa é aproveitar as taxas atrativas atuais, mesmo que os títulos tenham prazos de vencimento mais curtos que o horizonte de investimento do aplicador.
Patzlaff realizou uma simulação considerando que, ao resgatar o valor no vencimento, o investidor possa reinvestir em títulos com taxas mais vantajosas. Essa estratégia projeta um potencial de ganho, embora a rentabilidade final não seja garantida.
Nesta simulação, foram considerados:
- Rendimento atrelado à Selic: 15% ao ano.
- IPCA acumulado em 12 meses: 5,17%.
- Tesouro Prefixado: IPCA + 8,08% (totalizando 13,25% ao ano).
Neste cenário, o Tesouro Selic apresentou o melhor desempenho em todos os períodos. No entanto, com a perspectiva de queda dos juros, a taxa inicial pode não se sustentar até o final do investimento.
O Tesouro Prefixado surge como a segunda melhor opção. Contudo, sua rentabilidade atual só é garantida até o prazo de cinco anos. Para prazos maiores, o investidor precisaria resgatar o valor no vencimento e reinvestir, buscando taxas semelhantes.
“A simulação pressupõe que, no vencimento, você irá reaplicar o valor total (principal + juros) em outro Tesouro Selic que esteja disponível naquele momento, até completar os 10 anos. Ao reinvestir em 2031, você pode encontrar um Tesouro Selic com uma taxa diferente. A simulação do site e a minha tende a ser uma projeção teórica, usando a taxa de hoje para todo o período de 10 anos, o que é uma simplificação”, conclui Patzlaff.
Fonte: InfoMoney