A possibilidade de o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ser indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) tem impulsionado uma movimentação dentro do PT para reaproximar o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. Kalil se filia ao PDT nesta quarta-feira, 15, aumentando a especulação sobre seu futuro político.
Pacheco era a primeira opção do PT para disputar o governo de Minas Gerais. No entanto, a Aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso no STF reacendeu a discussão sobre quem ocupará o palanque de Lula no estado, especialmente se Pacheco for considerado para a vaga no Supremo.
Alternativas para o Governo de Minas Gerais
Diante desse cenário, o nome de Alexandre Kalil ressurgiu como uma forte alternativa entre os petistas. A articulação, porém, encontra obstáculos, pois a campanha de Kalil com Lula em 2022 foi marcada por atritos e desgastes significativos com o partido do presidente.
Apesar de Lula ter superado Jair Bolsonaro em Minas Gerais em 2022, Kalil foi derrotado no primeiro turno por Romeu Zema (Novo). Após o pleito, Kalil se distanciou do presidente, chegando a declarar que não aceitaria reeditar a aliança, citando que a “empreitada não foi boa” e que nunca haviam conversado após a eleição. Ele também recusou um convite para jantar com Lula.
Tentativas de Reconciliação e Obstáculos
Integrantes do PT reconhecem a necessidade de aparar arestas, mas veem espaço para reconciliação. A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), iniciou os contatos ao visitar Kalil há cerca de três meses. Ela defende que o PT deve incentivar a força de ambos os nomes, Pacheco e Kalil, para o governo mineiro.
Uma nova tentativa de aproximação ocorrerá nesta quarta-feira, após a filiação de Kalil ao PDT. O deputado federal Mário Heringer (PDT) organizará um jantar em Brasília, convidando tanto Rodrigo Pacheco quanto representantes do PT e de outros partidos de centro e esquerda. “Não estamos fechando a porta para ninguém”, afirmou Heringer, minimizando conflitos passados como uma “dispersão natural após a eleição”.
Questões Judiciais e Outros Nomes no Radar
Alexandre Kalil enfrenta um desafio judicial: uma condenação por improbidade administrativa que suspendeu seus direitos políticos, impedindo-o de se candidatar em 2026. A condenação se refere à permissão para a instalação de barreiras de Acesso em um condomínio de luxo, mesmo após decisão judicial contrária. Kalil recorreu e aguarda julgamento.
O PT mantém o foco na decisão de Lula sobre a indicação ao STF. “O plano A é o Rodrigo Pacheco. Vamos ver qual será a escolha do presidente. Se for indicá-lo para o Supremo, será uma honra para Minas Gerais. O que não podemos é ficar sem palanque”, declarou o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).
Além de Kalil, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), é considerado uma alternativa. Embora pré-candidato ao Senado, Silveira já sondou sua viabilidade como candidato a governador. Ele afirmou, contudo, que apoiaria Pacheco e só seria candidato a governador se o pedido viesse diretamente de Lula.
Fonte: Estadão