PSDB convida Michel Temer para ser candidato em 2026; aliados veem improvável

PSDB convida Michel Temer para ser candidato à Presidência em 2026. Aliados do ex-presidente veem a mudança como improvável; entenda o contexto.

O presidente do PSDB, Marconi Perillo, fez um convite formal para que Michel Temer, do MDB, se filie ao partido e concorra à Presidência da República em 2026. Temer expressou satisfação com a proposta e afirmou que irá considerá-la.

Perillo destacou a experiência e a capacidade gerencial de Temer, além de sua postura diplomática, como qualidades importantes para o Brasil, especialmente em um momento de radicalização política. Segundo o presidente do PSDB, Temer seria uma figura capaz de trazer “temperança” ao debate nacional.

Contexto Político e Filiações Recentes no PSDB

O convite a Temer surge em um período de reestruturação para o PSDB, que recentemente filiou Ciro Gomes no Ceará. Esta adesão é vista como um dos poucos movimentos de relevo para o partido após uma série de reveses eleitorais e o esvaziamento de sua bancada, com a saída de três governadores para outras legendas: Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE) migraram para o PSD, enquanto Eduardo Riedel (MS) se filiou ao PP.

A expectativa é que Ciro Gomes dispute o governo do estado do Ceará nas próximas eleições. Marconi Perillo também mencionou que o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), que em breve assumirá a liderança do partido, já havia sondado Temer sobre essa possibilidade anteriormente.

Repercussão e Ceticismo no MDB

Emedebistas, ao serem consultados, demonstraram ceticismo em relação a uma possível mudança de partido de Temer, descrevendo a ideia como “ilógica”. Embora Temer não tenha respondido diretamente às consultas, a análise de seus aliados indica que ele se sente valorizado no MDB, partido pelo qual construiu uma longa carreira política, incluindo os cargos de deputado federal, presidente da sigla, da Câmara e da República, além da própria Presidência da República entre 2016 e 2018.

Argumentos como o tamanho atual do PSDB, com 14 deputados federais (antes da filiação de Luciano Vieira), em comparação aos 42 do MDB, pesam contra a movimentação. Lançar um candidato próprio à Presidência demandaria um investimento considerável do fundo eleitoral, e a prioridade para partidos em processo de recuperação, como o PSDB, tem sido fortalecer sua bancada parlamentar para garantir recursos do fundo partidário e representação no Congresso.

Michel Temer, ex-presidente do Brasil, é convidado pelo PSDB para filiação em 2026.
Michel Temer, ex-presidente do Brasil.

Histórico e Popularidade de Temer

A popularidade de Michel Temer é um ponto a ser considerado, pois ele encerrou seu mandato em 2018 com índices de aprovação significativamente baixos. Pesquisa Datafolha da época indicou que 62% dos entrevistados consideravam seu Governo ruim ou péssimo. Apesar disso, Temer tem se mantido ativo na cena política, articulando a união de lideranças de centro-direita para 2026, embora tenha afirmado que seu movimento não exclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (Bolsonaro).

Recentemente, Temer também esteve envolvido em discussões sobre o projeto de lei da anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro, propondo alterações para a redução de penas. A articulação contou com a participação de figuras como Aécio Neves e Paulinho da Força, e teve apoio de ministros do STF.

O Futuro do PSDB e as Alianças Políticas

O PSDB busca recompor sua força política e eleger uma bancada maior em 2026, com a expectativa de Perillo de dobrar o número de deputados. Em 2022, o partido manteve acesso ao fundo partidário por meio de uma federação com o Cidadania, aliança que foi desfeita neste ano. O MDB, por sua vez, possui uma das maiores fatias do fundo eleitoral, recebendo cerca de R$ 7 milhões mensais.

A iniciativa do PSDB em convidar Temer reflete a busca por nomes que possam agregar e quebrar a polarização política atual, mas a viabilidade dessa filiação e candidatura permanece em aberto.

Fonte: Folha de S.Paulo

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