Projeto “Tarifaço” Adiado no Senado por Falta de Quórum

Votação de destaques do projeto do tarifaço é adiada no Senado por falta de quórum. Oposição e governo divergem sobre metas fiscais.
Davi Alcolumbre adia votação de projeto fiscal no Senado, com texto sobre tarifaço dos EUA. Davi Alcolumbre adia votação de projeto fiscal no Senado, com texto sobre tarifaço dos EUA.

A votação de destaques cruciais do projeto de lei complementar (PLP) que busca excluir despesas com a mitigação do tarifaço dos Estados Unidos das metas fiscais de 2025 e 2026 foi adiada. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tomou a decisão devido ao baixo quórum na sessão, com apenas 53 senadores presentes.

Adiamento e Compromisso com Quórum Qualificado

O principal motivo para o adiamento foi a retirada da pauta de dois destaques apresentados pela oposição. Um deles, proposto pelo PL, visa recolocar na meta fiscal um gasto de R$ 9,5 bilhões relacionado à mitigação dos efeitos das tarifas americanas. O texto-base desta proposição já havia sido aprovado pelo plenário em setembro.

“A presidência vai retirar da pauta de votação do dia de hoje, e continua o meu compromisso [de a votação ser retomada], se os senadores e as senadoras desejarem que se coloque esta matéria na pauta da próxima semana ou até mesmo amanhã, para que se alcance um quórum qualificado para deliberação”, declarou Alcolumbre.

Em resposta, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), solicitou que a votação ocorra em uma sessão presencial, o que foi concordado por Alcolumbre. A expectativa é que a deliberação aconteça na primeira semana de novembro, já que a semana seguinte será semipresencial em função do feriado do Dia do Servidor Público.

“Eu me comprometo que esta matéria voltará à deliberação em uma sessão presencial”, disse Alcolumbre.

Impasse com a Oposição Dificulta Acordo

A Falta de acordo entre o governo federal e a oposição representa um obstáculo significativo para a aprovação do projeto. O destaque apresentado pelo PL, que propõe a inclusão dos R$ 9,5 bilhões na meta fiscal, é o ponto central da divergência. Para o governo do presidente Lula manter o texto com a excepcionalização desses recursos, são necessários 41 votos.

Apesar dos esforços do líder do Governo no Senado e autor do projeto, Jaques Wagner (PT-BA), Rogério Marinho indicou que a oposição não pretende retirar o destaque que busca recolocar os recursos na meta fiscal.

“Tudo para o governo é excepcional. O governo, infelizmente, não consegue resolver os problemas e fazer o dever de casa. Pelo contrário, anuncia a todo momento um programa social que não estava previsto”, criticou Marinho.

Ele adicionou: “Nós somos favoráveis ao projeto. Tanto somos, que votamos favoravelmente. Agora, não podemos fragilizar a nossa estrutura fiscal como se isso fosse uma coisa recorrente”.

Caso a oposição consiga aprovar essa alteração, o governo ficará obrigado a incluir essas despesas em sua meta fiscal. Isso aumenta a pressão sobre o objetivo estabelecido pelo Executivo de alcançar um superávit de 0,25% do PIB. A meta já está sob ameaça devido à derrubada no Congresso de uma medida provisória com alternativas à alta do IOF e à possível não aprovação de um projeto que prevê corte linear de 10% em benefícios tributários e aumento da tributação sobre crédito presumido.

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Davi Alcolumbre adia votação de projeto fiscal no Senado.
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Fonte: Valor Econômico

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