Irmão de Lula: Presidente de sindicato ligado a Frei Chico se recusa a depor em CPI

Presidente do Sindnapi, ligado ao irmão de Lula, se recusa a depor em CPI após operação da PF. Entenda o caso.
presidente de sindicato ligado a irmão de Lula — foto ilustrativa presidente de sindicato ligado a irmão de Lula — foto ilustrativa

Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), optou por não responder às perguntas da CPI do INSS. A decisão de permanecer em silêncio ocorreu horas após o sindicalista ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal.

Escândalo de Descontos Ilegais no INSS

O Sindnapi está sob investigação no contexto de um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Uma figura de destaque na entidade é José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, que ocupa o cargo de vice-presidente e é irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Sindnapi, em depoimento na CPI.
Milton Baptista de Souza Filho, presidente do Sindnapi, compareceu à CPI.

Decisão Judicial e Críticas Políticas

O direito de Milton Baptista de Souza Filho de permanecer em silêncio foi concedido por meio de uma decisão do ministro do STF, Flávio Dino. Esta medida gerou fortes Críticas por parte do presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e outros congressistas, que a consideraram um obstáculo à investigação.

Sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
Decisão do STF permitiu que Milton Baptista ficasse em silêncio.

O advogado de Baptista, Bruno Borragine, explicou que seu cliente não se encontrava em condições psicológicas para depor devido à operação policial deflagrada na manhã do mesmo dia. Ele informou que a residência do sindicalista foi alvo da nova fase da operação “Sem Desconto”, o que o abalou profundamente.

Posicionamento do Sindicato e Recusa em Depor

Em um breve pronunciamento, Milton Baptista afirmou o compromisso de sua instituição com a verdade e mencionou a possibilidade de comparecer em outro momento, caso fosse instruído por seus advogados. No entanto, ao ser questionado pelo relator, Alfredo Gaspar (União-AL), o presidente do Sindnapi declarou que não responderia às perguntas relacionadas ao mérito da investigação. Ele se limitou a responder questões de qualificação, como nome e dados pessoais.

Senador Carlos Viana classificou a concessão do habeas corpus como “absurda” e argumentou que o depoente deveria, no mínimo, responder às perguntas que não o incriminassem. A deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP) também expressou indignação, considerando a decisão do ministro Flávio Dino um desrespeito à comissão parlamentar.

Contexto Político da Investigação

Opositores do Governo veem nas investigações envolvendo o Sindnapi uma oportunidade de pressionar a gestão de Lula, dada a proximidade de Frei Chico com o presidente. Por outro lado, aliados do Planalto buscam evitar que o caso se torne um foco de desgaste político para o executivo.

Fonte: Folha de S.Paulo

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