Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda modesta nesta sexta-feira, mas garantiram ganhos semanais. A movimentação do mercado segue influenciada pelos reflexos das sanções impostas pelos Estados Unidos contra companhias petrolíferas da Rússia. Essas medidas são esperadas para limitar as exportações russas e, consequentemente, apertar a oferta global da commodity. Paralelamente, investidores mantêm o foco nas tensões comerciais entre EUA e China, especialmente às vésperas de um encontro entre os presidentes das duas potências.
Impacto das Sanções Americanas no Mercado de Petróleo
O petróleo WTI (West Texas Intermediate) com vencimento em dezembro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), encerrou o dia em queda de 0,47% (US$ 0,29), cotado a US$ 61,50 o barril. Já o Brent, referência para o janeiro, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), recuou 0,14% (US$ 0,09), fechando a US$ 65,20 o barril. Apesar do recuo diário, na semana, os contratos acumularam ganhos expressivos: o WTI registrou alta de 7,61% e o Brent, de 6,38%.
Olivia Cross, analista da Capital Economics, aponta que os participantes do Mercado de petróleo ainda estão “longe de precificar totalmente uma perda das exportações” da Rússia. Ela destaca que a experiência demonstra que as sanções, muitas vezes, são menos eficazes do que o esperado, devido a estratégias russas para contorná-las. “Afinal, as exportações marítimas de petróleo bruto russo se mantiveram resilientes após a imposição das sanções americanas em janeiro”, observou Cross.
Análise Técnica e Perspectivas de Preço
O WTI chegou a testar, mas não conseguiu sustentar ganhos acima de sua média móvel de 50 dias, posicionada em torno de US$ 62,50 por barril. A analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote, comentou que as novas sanções, que atingiram duas gigantes russas do setor, geraram relatos conflitantes sobre a possibilidade de a Índia interromper suas importações de petróleo russo para evitar sanções secundárias. “Do ponto de vista técnico, as manchetes recentes provavelmente já esgotaram seu potencial de alta, abrindo espaço para uma leve correção até o fechamento semanal”, afirmou Ozkardeskaya.
Tensões EUA-China e Reflexos no Mercado Global
Declarações do conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, indicando um “degelo” nas relações entre Estados Unidos e China nos últimos dias, trouxeram um novo impulso aos preços do petróleo no fim da manhã. Contudo, os sinais sobre as tensões comerciais permanecem mistos, mantendo os investidores em alerta. A evolução dessa relação diplomática é um fator crucial a ser monitorado para as próximas semanas no mercado de commodities. Para mais informações sobre mercados globais, acompanhe nossas análises.
Fonte: InfoMoney