A prata atingiu seu maior valor em décadas, impulsionada por um histórico “short squeeze” em Londres. Essa alta nos preços intensifica a busca global por barras, buscando aliviar o desequilíbrio entre oferta e demanda.

O preço à vista da prata subiu até 3,9%, ultrapassando US$ 52 a onça, superando o pico da semana passada. Paralelamente, o ouro disparou para um novo Recorde acima de US$ 4.115, acumulando oito semanas consecutivas de ganhos. Platina e paládio também avançaram, diante de sinais de que as tensões no mercado causadas pela alta demanda dos investidores começam a se espalhar para outros metais preciosos.
Aperto de Liquidez e Custos Elevados
A preocupação com a falta de liquidez em Londres levou a prata a se aproximar do Recorde de US$ 52,50, estabelecido em 1980. Operadores chegam a reservar espaço em voos transatlânticos para transportar barras de prata – um meio caro, geralmente reservado para o ouro – para lucrar com os preços mais altos em Londres. A sobretaxa atingiu cerca de US$ 1,40 por onça.
As taxas de leasing da prata, que representam o custo anualizado para tomar o metal emprestado em Londres, saltaram para mais de 30% em base mensal. Isso gerou Custos elevados para quem tenta renovar posições vendidas. As taxas para ouro e paládio também apertaram, indicando uma pressão maior sobre as reservas de metais preciosos na cidade.

Análise do Goldman Sachs e Contexto Global
Analistas do Goldman Sachs apontaram em nota que o Mercado de prata, por ser menos líquido e cerca de nove vezes menor que o do ouro, amplifica os movimentos de preço. Sem uma oferta de banco central para ancorar os preços, até mesmo uma retração temporária nos fluxos de investimento pode desencadear uma correção desproporcional.
Os quatro principais metais preciosos subiram entre 55% e 82% neste ano, dominando os mercados de commodities. O avanço do ouro tem sido sustentado por compras de bancos centrais, aumento das participações em fundos negociados em bolsa e cortes de juros pelo Federal Reserve. A demanda por ativos de refúgio seguro também foi impulsionada pelas tensões comerciais entre EUA e China, ameaças à independência do Fed e a paralisação do governo americano.
Tensões Geopolíticas e Projeções Otimistas
No cenário geopolítico, a China pediu a Washington que suspenda ameaças tarifárias e retome negociações, alertando que retaliaria caso os EUA avançassem. O presidente Donald Trump adotou um tom mais conciliatório no Fim de Semana. A turbulência nos mercados aumentou a demanda por ativos seguros.
Analistas do Bank of America elevaram a meta de preço para a prata no final de 2026 de cerca de US$ 44 para US$ 65 a onça. Os motivos citados incluem déficits persistentes no mercado, déficits fiscais elevados e juros mais baixos.
Investigação Americana Agrava Escassez
Operadores permanecem apreensivos com a conclusão da investigação americana sobre minerais críticos – que inclui prata, platina e paládio. O receio de que esses metais possam ser alvo de novas tarifas agravou a escassez no mercado, contribuindo para o aperto na prata após uma grande redução das ofertas disponíveis em Londres.
Às 13h40 em Nova York, a prata à vista subia 3,5%, a US$ 51,92 a onça em Londres, enquanto o ouro era negociado a US$ 4.101,94. Platina e paládio avançaram mais de 4%.
No Comex, em Nova York, os contratos futuros de prata saltaram até 7%, atingindo recorde de US$ 50,59 a onça. O pico anterior havia sido registrado em 1980.
Fonte: InfoMoney