Ser um ponto de coleta e devolução para grandes marketplaces digitais está se tornando uma nova e promissora fonte de Receita para pequenos comércios no Brasil. Essa tendência oferece uma oportunidade de diversificar ganhos e atrair mais clientes para estabelecimentos físicos.
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Mariete Fernandes, proprietária da papelaria Print Copy em Pinheiros, São Paulo, relata que, durante as manhãs mais calmas, ela organiza os pacotes que chegam de clientes da Shopee. Ela faz parte de uma rede crescente de agências autorizadas por marketplaces, que movimentaram cerca de R$ 40 bilhões no país no último ano.
“Dependendo do mês, pode aumentar em 30% ou 35% os rendimentos da papelaria”, estima a empresária. O sucesso da Print Copy tem incentivado outros empreendedores, como a irmã de Mariete, a também buscar essa Parceria. 
Expansão do Mercado Livre como Agência
Samira Carvalho, dona de uma loja de embalagens no Jardim Japão, zona norte de São Paulo, compartilha do mesmo entusiasmo. “Isso está em todos os lugares e acho que dá certo. Estou preparando tudo para ser agência do Mercado Livre“, afirma.
O Mercado Livre divulgou que 5,8 milhões de pequenas e médias empresas integram seu ecossistema no Brasil. Em 2024, esses estabelecimentos movimentaram R$ 381 bilhões, o equivalente a 3,2% do PIB do país, segundo dados compilados pelo instituto Retail Think Tank. O volume bruto de vendas alcançou R$ 138,9 bilhões, consolidando o Mercado Livre como líder no setor.
Um relatório do próprio Mercado Livre estima que as PMEs em seu ecossistema geraram cerca de 111 mil empregos em 2024. A plataforma conta com 4.807 pontos de coleta, os chamados “Meli Places”, sendo que 59% deles têm o marketplace como principal fonte de renda.
Fernando Yunes, vice-presidente sênior e líder do Mercado Livre no Brasil, destaca que “Mais do que números, os dados refletem histórias reais de transformação vividas por milhões de brasileiros que empreendem e crescem junto com a plataforma”.
Shopee Amplia Rede de Agências e Benefícios
A Shopee possui aproximadamente 3.000 agências, com um sistema que iniciou em 2023 focado apenas em postagens. Em julho de 2024, o serviço foi expandido para incluir devoluções, e em maio deste ano, a retirada de pedidos foi implementada.
A Shopee ressalta os benefícios mútuos: “Além dos benefícios financeiros diretos, oferecer os serviços também contribui para aumentar o fluxo de pessoas no local, o que gera mais visibilidade para o negócio e pode impulsionar as vendas de outros produtos”.
A praticidade é um dos pontos fortes. “É um sistema muito prático e rápido. A pessoa chega, recolhe o produto e vai embora. Se vem devolver, entrega, a gente registra no sistema e acabou”, descreve a dona da Print Copy.
Amazon Entra no Mercado de Pontos de Retirada
A Amazon, maior marketplace do mundo, lançou seus pontos de retirada em abril deste ano, seguindo o sucesso de suas concorrentes. Estes pontos são considerados um pilar logístico fundamental tanto para clientes quanto para vendedores.
No Brasil, a Amazon registrou vendas de R$ 39 bilhões em 2024. Atualmente, a empresa conta com 532 pontos de retirada em todos os estados, com planos de expandir para 3.000 até o final de 2025. Diferentemente de outras plataformas, os pontos da Amazon funcionam para envio e recebimento, mas não para devoluções.
A empresa destaca que possui 100 mil vendedores parceiros, dos quais 99% são pequenas e médias empresas.
Requisitos para se Tornar um Ponto de Coleta
A facilidade de operação é um dos principais atrativos para que comércios se tornem agentes de marketplaces. O processo envolve o recebimento, armazenamento e baixa dos produtos no sistema, sem a necessidade de lidar com transações de pagamento.
Para se tornar um ponto de coleta na Shopee, por exemplo, o empreendedor precisa ter CNPJ com CNAE de armazenamento, inscrição estadual e municipal, um espaço adequado para pacotes, computador com leitor de código de barras (ou smartphone para escaneamento) e impressora. Após o preenchimento dos dados no site da empresa, os candidatos aprovados passam por um treinamento.
Fonte: Folha de S.Paulo
