A decisão de políticos se recusarem a seguir orientações partidárias pode levar a sanções internas significativas. Recentemente, dois ministros do Governo Luiz Inácio Lula da Silva foram afastados de suas funções partidárias por suas legendas após não cumprirem determinações oficiais. Esse tipo de medida é amparada pelos estatutos dos partidos, que detalham as consequências para o descumprimento de regras internas.
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Estrutura e Autonomia dos Partidos Políticos
A legislação federal, como a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096), estabelece as diretrizes básicas para o funcionamento das agremiações. No entanto, a organização interna e as normas específicas são de responsabilidade de cada partido, detalhadas em seus próprios estatutos. Segundo a professora de direito constitucional, Telma Rocha Lisowski, essa autonomia permite que os partidos definam as penalidades para filiados que desrespeitam as regras.
Casos de Afastamento e Pressão por Cargos
Os ministros em questão são André Fufuca, do Esporte, afastado pelo Partido Progressistas (PP), e Celso Sabino, do Turismo, temporariamente afastado pelo União Brasil. Ambas as legendas sinalizaram a intenção de deixar o governo federal como parte de suas estratégias eleitorais para 2026, exercendo pressão para que seus ministros deixem os cargos no Executivo.
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O Conceito de Infidelidade Partidária
A infidelidade partidária é uma das infrações mais graves e pode levar à Expulsão do filiado. O caso de Celso Sabino com o União Brasil exemplifica essa situação. O processo aponta que Sabino desrespeitou as orientações da legenda ao recusar-se a deixar o cargo ministerial. O estatuto do União Brasil, em seu capítulo 100, detalha os motivos que configuram infidelidade partidária:
- Desrespeito às decisões partidárias legitimamente adotadas;
- Não seguir a orientação partidária em matérias de “fechamento de questão”;
- Recusa em apoiar campanhas eleitorais do partido ou apoio a candidatos de outras legendas.
Telma Lisowski ressalta que essas condições são comuns em estatutos de diversos partidos, refletindo um consenso sobre as regras de fidelidade.
Direitos do Filiado em Processos Disciplinares
Apesar da autonomia partidária, processos disciplinares devem respeitar princípios constitucionais e legais, como o direito à defesa e à notificação adequada. Um filiado pode recorrer judicialmente de uma Punição caso esses direitos fundamentais não sejam observados. A professora Telma Lisowski enfatiza que os partidos devem seguir tanto seus estatutos quanto a legislação vigente, garantindo um processo justo.
A dinâmica entre a autonomia partidária e os direitos individuais dos filiados é complexa, mas essencial para a saúde democrática das agremiações políticas no Brasil. A observância das regras e a garantia do contraditório são fundamentais para manter a integridade do sistema partidário.
Fonte: Valor Econômico